“O Retrato de Dorian Gray” (em inglês: “The Picture of
Dorian Gray) de Oscar Wild, foi publicado pela primeira vez em julho de 1890
pela "Lippincott's Monthly Magazine" como uma história periódica. É
um romance gótico de horror com um forte tema faustiano, “O Retrato de Dorian
Gray” é considerado pela crítica como a melhor obra de Oscar Wilde.
O romance fala de um jovem invulgarmente belo (Dorian Gray),
por quem Basil Hallward, um pintor londrino, fica fascinado. Determinado a
eternizar a beleza de Dorian numa tela, Basil convence-o a posar para ele. Numa
dessas sessões, o jovem conhece Lorde Henry Wotton, um aristocrata cínico e
hedonista, que o desperta para a beleza e o seduz para a sua visão do mundo,
onde as únicas coisas que valem a pena perseguir são a beleza e o prazer.
Horrorizado com o destino inevitável que o fará envelhecer e perder a sua
beleza, Dorian comenta com os amigos que está disposto a tudo, até mesmo a
vender a alma, para permanecer eternamente jovem e manter a sua beleza.
Embora seja considerada a melhor obra de Oscar Wilde, na
época da sua publicação os editores temiam que a história fosse indecente, e
sem o conhecimento de Wilde, suprimiram cinco centenas de palavras antes da publicação.
Pois Wilde aborda, de uma forma subtil, a questão da homossexualidade, da
decadência da sociedade vitoriana, da promiscuidade e da falsa moral, temas
controversos à época e que conduzem à acção da censura vitoriana sobre a obra.
A questão da sexualidade está presente em várias
personagens, incluindo Dorian, mas é nomeadamente mais visível na personagem de
Basil Hallward e nos seus sentimentos por Dorian. Como consequência da dura
crítica da edição de 1890 da revista, Wilde suavizou as referências
homoeróticas, a fim de simplificar a mensagem moral da história. Na edição da
revista, Basil diz para Henry como ele "adora" Dorian, e implora para
não afastar "a única pessoa que faz a minha vida absolutamente encantadora
para mim", enquanto na que no livro diz para Lorde Henry: "a única
pessoa com quem dá a minha arte seja qual for o charme que pode possuir: a
minha vida como artista depende dele". Ou seja, passou de se concentra no
amor na edição da revista, para se concentra em sua arte na edição do livro
(1891).
Apesar da censura, O Retrato de Dorian Gray ainda assim
ofendeu a sensibilidade moral dos críticos literários britânicos, alguns dos
quais disseram que Oscar Wilde merecia ser acusado de violar as leis que
protegiam a moralidade pública. Em resposta, Wilde defendeu agressivamente seu
romance e arte em correspondência com a imprensa britânica.
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| Oscar Wilde |
Oscar Wilde, que se acredita ter sido homossexual, em 1895 é
acusado de ter um caso amoroso com Lord Alfred Douglas (Bosie), filho do
Marquês de Queensberru. É levado a tribunal pelo pai de Bosie e é severamente
condenado pela lei inglesa sendo levado a julgamento e condenado a dois anos de
prisão com trabalhos forçados, por "cometer atos imorais com diversos
rapazes".
Embora o tema principal do livro se foque na vaidade humana,
a sua homoerótica implicada é também bastante importante, foi um livro criado
por um homem, com personagens com comportamentos que ela sabia não serem
aceites pela sociedade na qual ele o publicou. Um homem que viria a sofrer as
consequências de ser alguém homossexual na sua época uns anos após a publicação
desse livro.
Os sentimentos de Basil para com Dorian hoje em dia não
seriam tão rejeitados e considerados indecentes como na altura foram. Mas mesmo
com esta mentalidade diferente e considerada “progressiva” ainda á leitores e
fãs do livro que acreditam que não haja quaisquer sentimentos românticos
presentes em Basil ou Dorian para com outra personagem masculina. Ainda há quem
necessite que a personagem diga explicitamente que a sua sexualidade é outra
para alem da norma para que acreditem que seja possível, mesmo com várias
provas e insinuações feitas ao longo da história.
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