Em pleno século XX, apenas observamos uma era de produtores
que não seguem qualquer conceito original, e que apenas se deixam apanhar pela
febre da reprodutibilidade.
As obras de arte sempre se demonstraram de possível
reprodução, desde o tempo em que os discípulos copiavam as obras de seus
mestres ou os falsários as imitavam para extrair proveito material. Porém, as
técnicas de reprodução, caracterizadas como recentes, tem vindo a
desenvolver-se rapidamente ao longo dos séculos. A fundição do bronze permitiu
a produção em série de diversos objetos, o aparecimento da gravura em madeira
permitiu a reprodução de desenhos, a imprensa permitiu a reprodução técnica da
escrita, através da litografia, e a fotografia que veio revolucionar o conceito
da reprodutibilidade, permitiu a reprodução virtual de paisagens, monumentos,
rostos, entre outros.
Apesar dos aparelhos eletrónicos terem
revolucionado a sociedade, a mesma parece esquecer-se da autenticidade de um
espaço ao delirar com a “magia” da fotografia.
É sabido que o Homem de agora sente a necessidade
de captar com a sua máquina fotográfica qualquer local autentico onde se
encontre, como maneira de provar e justificar o que viu, reproduzindo
virtualmente a sua visão para o resto do mundo. Porém ao serem reproduzidas
variadas fotografias do mesmo local, o interesse sobre o mesmo vai ser alterado,
transformando a experiência de quem o visita a seguir, numa mera banalidade.
Vejamos com a arte: A obra artística e o local em
que se encontra não tem qualquer importância no quotidiano, basta conhecer
alguém ou navegar pelo mundo da Internet que ficamos a saber todas as características da mesma sem sequer nos deslocarmos. A questão impõe-se pela
falta da fidelidade que devemos sentir ao observar uma reprodução fotográfica
ao invés da original obra. A cor, o brilho, a textura, demonstram-nos que por
mais perfeita que seja a reprodução haverá sempre algo para contestar.
Apesar dos contras, a fotografia surge como uma grande facilidade que nos permite conhecer obras artísticas, que estando a quilómetros de
distância nunca teríamos a possibilidade sequer de ouvir falar. Faz-nos ganhar
um amplo conhecimento artístico através da reprodução de obras, que sem as mesmas nunca conseguiríamos ter