Atualmente vivemos com o apoio de vários aparelhos, conseguimos viver sem eles sim, mas com estes podemos fazer outras coisas. Estas ferramentas não elaboram ou modificam o mundo que vivemos, mas agem como uma extensão de nós proprios como por exemplo a câmera fotográfica.
Hoje em dia tiramos muitas fotografias, algo que pode ser banal mas se pensarmos melhor sobre isso não é tão banal como achamos.
A "filosofia da caixa preta" mostra isso, Flusser fala sobre a fotografia, a captação de um momento, momento esse impresso numa imagem, que nos dá a ilusão de profundidade como que se estivéssemos presentes nesse dito momento, mas não passa disso mesmo, de uma ilusão. Para além de ser uma ilusão, a imagem é vista também como uma escrita simplificada, pois na real escrita temos de detalhar tudo o que se vê, já na fotografia temos apenas de a observar. O texto deve existir para complementar a fotografia não o contrário, escreve Flusser.
O escritor explica também a diferença entre um fotógrafo e um funcionário, o que hoje em dia pode ser muito confundido, por exemplo, atualmente maioria das pessoas tem Instagram, uma rede social feita para serem publicadas fotografias, o que faz muitas pessoas pensarem que são fotógrafas, pois agarram na câmera e tiram a fotografia que a câmara deixar e depois põem um filtro e recebem muitos gostos, mas é isso que o Flusser explica, estas pessoas não passam de funcionários da própria câmera ( "Funcionário - pessoa que brinca com o aparelho e age em função dele"), mas um fotógrafo real visualiza um momento e com a câmera tenta captar com todos os ângulos ou zooms ou formas que a câmera sozinha não faria ("Fotógrafo - pessoa que procura inserir na imagem informações imprevistas pelo aparelho fotográfico").
No fim, como objeto, a fotografia não tem valor nenhum, pois é algo bastante comum que pode ser criado por qualquer pessoa. O que importa na realidade é a capacidade do fotógrafo de retratar momentos que tenham significado.