É a atitude de prepotência ou dominação do homem em relação à mulher.
Simone Beauvoir disse “Ninguém é mais arrogante em relação às mulheres, mais agressivo ou desdenhoso do que o homem que duvida da sua virilidade.”. Beauvoir pretende mostrar-nos que somente e apenas um homem que duvide e ponha em causa a sua virilidade é que diminuta, em relação a si mesmo a mulher podendo assim tornar-se agressivo para com o sexo rebaixado. Virilidade, estado de boa saúde, força e resistência, nome também aplicado a nível da fertilidade, um homem é dito de viril quando é fértil (neste último caso a expressão também pode ser aplicada às mulheres).
Em 2016 foram confirmadas 23896 vitimas de violência doméstica sendo que, 20388 dos suspeitos identificados como perpetradores eram homens. Beauvoir defende e expõe no seu livro toda a ideia de que o homem que não se sente rebaixado pelo igual, ou seja, por outros homens, tem maior capacidade de reconhecer a mulher como semelhante deixando, deste modo, de por o sexo masculino num “pedestal” e o feminino abaixo por o considerar inferior e passando a por os dois ao mesmo nível.
Esta pressão descrita de homem para homem pode ser causada por diferentes fatores, desde o poder de compra até à fertilidade. Atentemos agora no exemplo: sou um homem casado e empregado com um filho e recebo cerca de 675€ por mês como ordenado, um dos meus colegas de trabalho é casado tem três filhos e recebe 1200€. Posto isto, sinto a minha virilidade afetada, logo, sou mais suscetível a perpetrar violência para com a minha esposa uma vez que sinto a necessidade de rebaixar alguém de modo a me sentir superior para compensar a inferioridade causada pelo meu colega de trabalho. Atentemos agora noutro exemplo: sou homem casado empregado e com um filho e recebo cerca de 675€ por mês como ordenado, um dos meus colegas de trabalho é casado tem três filhos e recebe 1200€. Consequentemente, não me afeta minimamente a vida do meu colega sou como sou e levo a vida que levo logo a probabilidade de praticar violência doméstica para a minha esposa é muito baixa, uma vez que sou capaz de reconhece-la como igual.
Assim sendo, e tendo em conta os dados acima apresentados, é de notar a importância dada pelo Homem aos bens e pertences. Continuamos a viver num mundo onde a moeda lidera e conduz todos os campos sociais, afetando assim a relação entre seres. É então pertinente salientar que o machismo, ou a prática deste, não é resultado, na maior parte dos casos, de um “ódio cego” pelo género feminino, mas sim, pelo ódio e vergonha pessoal.
