segunda-feira, 28 de maio de 2018


Sexualidade de Foucault

Segundo Foucault, a sexualidade está na maioria das vezes ligada à sua própria repressão.

A sexualidade é um assunto reprimido que segue a regra da “Interditação, Inexistência, Mutismo”, isto é, não há nada a dizer, ver ou saber. Apresentando-se como tabu perante a sociedade, contudo tem existido uma melhoria nesta sua repressão.

O autor questiona esta hipótese repressiva, assim revela que o sexo começa a tornar-se uma forma de representar a verdade do específico fixando-se numa prática relacionada com o poder e o saber e não como uma “Ironia do dispositivo da sexualidade”. Como tal, a verdade revela-se uma forma de libertação de poder.

Questiona também a interditação do sexo no contexto moderno, não pondo de parte que este tenha sido altamente reprimido no passado. Procura então estudar os discursos com as matérias em questão, procurando falar libertamente.

O caso de uma confissão religiosa, em que não há a existência de opressão ou repressão, é evidente que existe uma liberdade para expor a verdade por exemplo em relação ao sexo.

O estudo de Foucault é precisamente avaliar as formas de transmitir essa realidade (se devemos detalhar a ação ou não).

Atualmente, sobre os nossos próprios desejos sexuais já não se trata de algo dado como proibido, mas sim como um sinal de confiança para com os outros, já não existe propriamente um julgamento por parte das pessoas ou mesmo uma “descida” de estatuto como existia em toda a burguesia. Trata-se de algo da nossa sociedade moderna.

Obviamente que devido às práticas (por exemplo: cristãs) continuam a haver repressões e opressões em toda a questão sexual.

O sexo, hoje em dia, é visto como algo natural ligado à natalidade e à fecundidade, mas também ao prazer transmitido aos indivíduos.

Foucault evidencia também que a sexualidade não deve ser transmitida como algo de carater perigoso devido ao seu conteúdo. Deve ser evidenciado que ao falar do sexo garantimos uma própria coerência, estabilidade e sensibilidade para com o próprio feito.

Assim acaba por afirmar uma logofobia na nossa sociedade cujas revelações mostram-se como algo de terrível , de tal violência e de algo incontrolável no seu próprio discurso.

Finalmente, o autor revela que existem alguns instrumentos que atuam no discurso em que por exemplo existe tudo aquilo que é restringido, ou seja, há uma toda separação, um tudo que fica ali dito. Tornam-se assim palavras de um louco.

Também há uma relação em distinguir aquilo que é verdadeiro e aquilo que é falso, o saber aqui é valorizado, distribuído e também por fim atribuído.