Sexualidade de Foucault
Segundo Foucault, a sexualidade
está na maioria das vezes ligada à sua própria repressão.
A sexualidade é um assunto
reprimido que segue a regra da “Interditação, Inexistência, Mutismo”, isto é,
não há nada a dizer, ver ou saber. Apresentando-se como tabu perante a
sociedade, contudo tem existido uma melhoria nesta sua repressão.
O autor questiona esta hipótese repressiva,
assim revela que o sexo começa a tornar-se uma forma de representar a verdade
do específico fixando-se numa prática relacionada com o poder e o saber e não
como uma “Ironia do dispositivo da sexualidade”. Como tal, a verdade revela-se
uma forma de libertação de poder.
Questiona também a interditação
do sexo no contexto moderno, não pondo de parte que este tenha sido altamente
reprimido no passado. Procura então estudar os discursos com as matérias em
questão, procurando falar libertamente.
O caso de uma confissão religiosa,
em que não há a existência de opressão ou repressão, é evidente que existe uma
liberdade para expor a verdade por exemplo em relação ao sexo.
O estudo de Foucault é
precisamente avaliar as formas de transmitir essa realidade (se devemos
detalhar a ação ou não).
Atualmente, sobre os nossos próprios
desejos sexuais já não se trata de algo dado como proibido, mas sim como um
sinal de confiança para com os outros, já não existe propriamente um julgamento
por parte das pessoas ou mesmo uma “descida” de estatuto como existia em toda a
burguesia. Trata-se de algo da nossa sociedade moderna.
Obviamente que devido às práticas
(por exemplo: cristãs) continuam a haver repressões e opressões em toda a questão
sexual.
O sexo, hoje em dia, é visto como
algo natural ligado à natalidade e à fecundidade, mas também ao prazer
transmitido aos indivíduos.
Foucault evidencia também que a
sexualidade não deve ser transmitida como algo de carater perigoso devido ao
seu conteúdo. Deve ser evidenciado que ao falar do sexo garantimos uma própria coerência,
estabilidade e sensibilidade para com o próprio feito.
Assim acaba por afirmar uma
logofobia na nossa sociedade cujas revelações mostram-se como algo de terrível
, de tal violência e de algo incontrolável no seu próprio discurso.
Finalmente, o autor revela que
existem alguns instrumentos que atuam no discurso em que por exemplo existe
tudo aquilo que é restringido, ou seja, há uma toda separação, um tudo que fica
ali dito. Tornam-se assim palavras de um louco.
Também há uma relação em distinguir
aquilo que é verdadeiro e aquilo que é falso, o saber aqui é valorizado, distribuído
e também por fim atribuído.
