domingo, 27 de maio de 2018

O cinema e o machismo

      A partir da análise do ensaio Prazer visual e cinema narrativo, um texto feminista, de autoria de Laura Mulvey, que acusa o cinema mundial, especialmente o de Hollywood – de ser machista e transformar o espectador, independente de gênero, em uma espécie de objecto do sexo masculino. Para além disso, este meio é um meio predominantemente dominado por homens, especialmente em cargos superiores e, infelizmente, cada vez mais se noticiam casos de assédio. A ausência de diretoras é um dos factores que fortalecem o comportamento machista nas gravações. 
      De algum tempo para cá, foram reveladas algumas histórias de assédio no meio cinematográfico: histórias relacionadas ao comediante Louis C.K., que constrangeu mulheres ao vê-lo se masturbar; histórias sobre o ator e diretor James Franco; histórias sobre o diretor Roman Polanski, sobre o produtor Harvey Weinstein, entre muitas outras.
      É extremamente necessário que se criem medidas específicas para garantir pluralidade de falas e olhares. Nós, mulheres, precisamos estar mais atentas a certos números, como por exemplo ao número reduzido de directoras cinematográficas do sexo feminino. O cinema faz parte da construção do imaginário de uma sociedade, ajuda a construir identidades, formar valores e comportamentos. A ausência de mulheres resulta que exista um olhar predominantemente masculino.
       A voz feminina e o seu ativismo têm sido bastante ampliados, sem dúvida. O espaço que conquistamos só se irá ampliar cada vez mais, não há como voltar atrás, e ainda bem. As mulheres ocuparão, cada vez mais, seu espaço na sociedade e esse é um movimento importante para toda a humanidade. Inclusive para os homens, quer aceitem, quer não.