A ideologia de
género, é a ideia de que a sexualidade humana faça parte de “construções
sociais e culturais” e não um fator biológico. De acordo com esta ideologia, os
seres humanos nasceriam “neutros” e poderiam, ao longo da vida, escolher o seu
género sexual. Uma outra característica da ideologia de género, é a
multiplicidade dos géneros, ou seja, a existência de vários géneros sexuais
mais complexos, além do masculino e feminino. Assim os seres humanos estariam
disponíveis para assumir a identidade de género que mais se identificam
pessoalmente.
Dos vários
temas abordados em aula, este em especifico fez me lembrar e automaticamente
associar a algumas obras, como por exemplo o anjo de Leonardo na obra o Batismo de cristo de Verrocchio, a Deposição de Jacopo da Pontormo ou
algumas das figuras representadas por Miguel Ângelo na sua obra. Isto porque estas
obras têm em comum o facto de conterem personagens em que a identificação de género
é incerta.
No caso da
obra o Batismo de cristo de Verrocchio,
temos dois anjos representados um deles tem a aparência de um típico rapaz,
como se o pintor se tivesse inspirado num modelo real de um rapaz. Enquanto que
o outro, pintado por Leonardo da Vinci, parece que não tem modelo terrestre nem
género especifico na figura, é apenas idealmente bonito. Com longos loiros
cabelos encaracolados, pose delicada e expressão serena, não indicam nenhum género
em especifico. Devido ao cabelo comprido podemos interpretar que seja do género
feminino, mas mesmo assim só isso não nos dá a certeza.
Dês de sempre que
me disseram que os anjos são assexuados e que por isso tem uma figura
/aparência que não nos indica nenhum género em especifico. Não existe uma
confirmação assertiva para a existência de género ou não dos anjos. Mas de
facto os mais conhecidos possuem sempre nomes masculinos.
Na obra Deposição de Jacopo da Pontormo, algumas
das figuras tanto podem ser entrepeladas como do género feminino ou masculino.
Devido às suas posições, expressão, características faceais, proporções e formas
corporais que podem se mais delicadas ou bruscas. Que normalmente indiciam ou o
género masculino ou o feminino. Nesta obra estes pontos mais específicos do
feminino ou do masculino encontram-se misturados, em uma só personagem, e por
isso, impedindo e dificultando a identificação objetiva do género da figura.
Mas a questão em si é, será que
estas foram assim representadas propositadamente ou não?
Concluindo,
será isto uma indicação ou expressão (da ideologia de géneros) de que nesta época
renascentista, ou os artistas em questão, já se pensavam no tema a que agora
chamamos de Ideologia de género. Algo que é tão atual, mas que provavelmente
sempre esteve em discussão e presenta no pensamento dos artistas.