Walter Benjamin leva-nos a refletir
no ensaio A obra de arte na
era de sua reprodutibilidade técnica sobre a degradação da
Arte no que toca à sua reprodução, sendo que quando isto acontece acaba por
perder a sua “singularidade” e “autenticidade”. O autor admite que o ato de
copiar e recriar arte aconteceu desde o início da Arte em si.
Os gregos usavam a cunhagem e a fundição, a
xilogravura permitia reproduzir um determinado desenho várias vezes, tal como a
tipografia, na literatura. No entanto, a fotografia, segundo o autor, inicia
uma diminuição no valor de culto das obras de arte para dar mais relevância ao
valor de exposição, visto que a fotografia substitui o olho pela mão, que
apreende uma imagem mais rapidamente e com mais rigor do que uma mão que
desenha e que tenta representar essa imagem.
Antigamente a produção artistíca tinha como base a
criação pelo impulso de criar, de produzir algo artístico e único, em que fosse
imposto imaginação. As técnicas de produção em série impõem uma maior
quantidade de arte, que não será possível utilizando métodos tradicionais.
Porém, em troca
dessa criação em massa, dessa capacidade de reprodução técnica, perde-se algo
que, segundo o autor, é uma das características mais importantes da Arte: o hic et nunc - o
aqui e o agora de uma obra artística, a sua existência única, no local onde se
encontra. Há então uma degredação da “aura” que consite numa “figura singular, composta de elementos espaciais
e temporais: a aparição única de uma coisa distante por mais perto que ela
esteja.” Este conceito de “aura” não pode existir numa reprodução uma vez que não
possui uma existência única.
Devido a esta alteração na força
impulsionadora da Arte, passa a servir uma função política. A partir do momento
que a Arte perde a sua autenticidade no que toca à produção artística (devido à
exagerada reprodução da mesma), a sua função social altera-se. Os seus
objetivos alteram-se, passando agora a ter como principal foco a dispersão de
ideiais em vez da expressão do artista.
