Prend Mon Poing- Sarah Al Atassi
Ficção, 2017 21’ IndieLisboa
Bilal é o protagonista, um sujeito comum que vive num trailer, trabalha como mecânico e leva uma vida boémia e impulsiva, o que deduzo que dê o nome à curta-metragem “prend mon poing” ou seja “Pega no meu punho” já que o personagem não tem qualquer inibição nas suas acções, o que o leva a envolver-se em constantes confrontos físicos.
A narrativa começa num confronto particular entre ele e o antagonista, este que, ao contrário da generalidade das personagens, o confronta; É gerado um ciclo de ódio que sofre do efeito de bola de neve, vai tomando proporções drásticas após cada encontro e vai sendo desenvolvida uma certa obsessão mútua através da adrenalina que aquilo lhes dá e o como o faz sentirem-se vivos e fora do quotidiano. Saliento num subtil detalhe que na minha opinião é o ex-libris de toda a obra.
Cada confronto é passado num certo ambiente que nos remete para os elementos naturais, o ar, o fogo, a terra e a água, o que desenvolve um paralelismo com o decréscimo da racionalidade das suas acções que se tornam menos humanas como se estivéssemos a observar os animais selvagens na natureza.
Este ciclo de ódio após tomar proporções demasiado grandes para serem remediadas ou ignoradas, é terminado após ser atingido o auge do ódio e da ira, que sofre uma mutação para uma ligação de respeito, que só foi possível devido ao ultrapassar dos limites de ambos que estão agora “nus” psicologicamente e sentem uma conexão íntima, quase romântica.
