No livro “The Ballad of Sexual Dependency”, Nan Goldin retrata a sua vida e a de amigos em Nova Iorque. O seu grupo tinha um estilo de vida diferente, do ponto de vista de algumas pessoas, eram marginalizados, viviam à margem da sociedade, mas Goldin diz o contrário, não eram marginalizados porque viviam no seu mundo e no seu mundo as outras pessoas não existiam, eles eram o normal.
Neste Livro, a fotografa mostra as relações entre casais, o amor, o sexo e a violência na relação. É um documento do seu espaço pessoal e alegrias e desgostos da sua vida, e das dos que a rodeiam, retrata o sexo como um vício. O trabalho de Nan Goldin é um documento fiel à realidade, sem qualquer ponta de ficção, o que faz com que o que nele está retratado seja um reflexo da sociedade.
Através das cento e vinte e sete imagens podemos ver e refletir sobre o poder dos sexos numa relação, o poder do homem e a violência que desse poder pode emergir e sobre o poder do sexo, o vicio, como a razão para um não partir e ser subserviente a um outro.
“Brian estava 'dope-sick'. Estávamos hospedados numa pensão, e ele começou a me bater, e ele foi para os meus olhos, e depois eles tiveram que costurar o meu olho de volta, porque estava prestes a cair. Ele queimou meus diários, e o mais doentio era que havia pessoas por perto que nos conheciam e que não me ajudavam. Ele escreveu ‘Princesa Judaico-Americana’ com batom no espelho”-Nan descreve o momento em que o namorado a agrediu.
Nan One Month After Being Battered, 1984
Nesta fotografia vemos Nan com os olhos negros e nariz inchado um mês após o seu namorado lhe ter batido.
Num mundo em que o poder é determinado pelo género e orientação sexual, o homem heterossexual é o dominante e usa essa posição reprimindo a mulher, vemos esta ideologia refletida em algumas das fotografias de Goldin.
