domingo, 27 de maio de 2018

Gaudí

   

     Antoni Gaudí i Cornet foi um famoso arquiteto catalão. As obras de Gaudi têm um estilo único que e distinto de todos os outros a maioria das suas obras foram feitas em Barcelona. A maioria das suas obras são marcadas pelas suas duas grandes paixões, a arquitetura e a natureza «Com vasos de flores, rodeados por vinhas e olivais, encorajados pelo cacarejar das galinhas, os pássaros cantando e os insetos, as montanhas de Prades no fundo, eu tenho as imagens mais puras e mais agradável da natureza, que será sempre a minha professora. » 

     Antoni Gaudí. Gaudi era muito meticuloso e dedicava toda a sua atenção aos mais ínfimos pormenores de cada uma das suas obras, incorporando todos os ofícios que dominava, entre eles a utilização da cerâmica, do ferro forjado e do vitral. Gaudi tornou-se parte do movimento modernista catalão depois de vários anos sob influência do do estilo neogótico e de diversas técnicas orientais. As obras de Gaudi são reconhecidas internacionalmente, sendo apreciadas não só por arquitetos como pelo público em geral. A sua obra-prima, a Sagrada Família, é dos monumentos mais visitados em toda a Espanha. A casa Milà é uma das obras que mais me cativa de Gaudí, não só pela sua arquitetura transversal mas pelo simbolismo/ocultismo que contem e representa. 
     
     O edifício não possui linhas retas e parece desafiar o nosso conceito de arquitetura convencional, se virmos bem, haverá alguma obra sequer parecida com a casa Milà?. O aspeto mais impressionante é a cobertura, com uma aparência que nos transporta para outro lugar, a cobertura parece mesmo que previne de um dos sonhos de Gaudí. A arquitetura de Gaudí é tão detalhada que mais parece escultura, é nestes casos que se vê que a arquitetura é a mais antiga forma de arte. Porque pode por exemplo ser comparado com as pareces íngremes que as tribos africanas usam para construírem as suas habitações, semelhantes a cavernas. A fachada ondulada, com largos poros, lembra uma duna de areia ondulante de areia fina. O mesmo se pode observar na Sagrada Família, que é a obra mais icónica de Gaudí. 

     A Sagrada Família é uma obra que se destaca de todas as obras alguma vez feitas, apesar de não estar concluída (e provavelmente continuar assim na próxima década) dá para ver a magnitude e a precisão do arquiteto em cada pormenor realizado. Dizia-se que Gaudí não elaborava um projeto ao máximo antes de começar a sua concretização, mas que ia trabalhando a maquete à medida que a obra avançava, e ia moldando o rumo da obra em prol disso. Ambas as obras (Casa Milà e Sagrada Família) têm materiais muito idênticos, tanto uma como a outra têm estruturas que fazem lembrar dunas de areia, muitas entradas de luz, e ambas as fachadas dão a entender que o edifício é um labirinto no interior. 
   
      Quando visitei a sagrada família foi mesmo essa a ideia que tive, parecia que descia as escadas da torre e quando espreitava pela janela tinha subido escadas em vez de descer, deve ter a ver com a estrutura colossal que é. O interior da Casa Milà é algo de outro mundo… Transporta-nos para uma realidade completamente diferente de tudo, como é que uma pessoa que viveu a cerca de um século atrás consegue concretizar tal coisa? Sempre me perguntei, é absolutamente estonteante. As duas obras completam-se, sinto que Gaudí criou uma a pensar na outra e vice-versa, são autenticas obras de arte, aliam escultura, pintura, arquitetura… E ainda nos levam para outra realidade. 
     
   
     Entrar na sagrada família faz com que pareçamos inferiores, olhamos em redor e parecemos migalhas, entrar na Casa Milà é um pouco diferente, porque é outra escala, mas o conceito é o mesmo, sentimos que se há pessoas que consegue concretizar aquilo, nós somos apenas uma partícula ínfima no universo.