Na modernidade líquida, os vínculos
humanos têm a chance de serem rompidos a qualquer momento, causando uma disposição
ao isolamento social, onde um grande número de pessoas escolhe vivenciar uma
rotina solitária. Isso também enfraquece a solidariedade e estimula a
insensibilidade em relação ao sofrimento do outro.
Esse tipo de isolamento parece ser uma
contradição de globalização, que aproxima as pessoas com a tecnologia e novas
formas de comunicação. Mas se tudo ocorre com intensa velocidade, isso também se reflecte nas relações pessoais. As relações tornam-se mais flexíveis, gerando níveis
de insegurança maiores. Ao mesmo tempo em que buscam o afeto, as pessoas têm
medo de desenvolver relacionamentos mais profundos que as imobilizem num mundo
em permanente movimento.
Bauman reflecte sobre as relações humanas
e acredita que os laços de uma sociedade agora dão-se na rede, não mais em
comunidade. Dessa forma, os relacionamentos passam a ser chamados de conexões,
que podem ser feitas, desfeitas e refeitas – os indivíduos estão sempre aptos a
conectarem-se e desconectarem-se conforme vontade, o que faz com que tenhamos
dificuldade de manter laços a longo prazo.
O sociólogo acredita que as redes
sociais significam uma nova forma de estabelecer contactos e formar vínculos.
Mas que elas não proporcionam um diálogo real, pois e muito fácil fecharem-se
em círculos de pessoas iguais e evitar controvérsias.
Para Bauman, a rede e mantida viva por
duas actividades: conectar e desconectar. O contato no meio virtual pode ser
desfeito ao primeiro sinal de descontentamento, o que denota uma das características
da sociedade líquida. “O atractivo da ´amizade do Facebook` e que e fácil conectar,
mas a grande atracão e a facilidade de desconectar”, diz Bauman.