domingo, 27 de maio de 2018

Modernidade líquida – As relações líquidas


    Na modernidade líquida, os vínculos humanos têm a chance de serem rompidos a qualquer momento, causando uma disposição ao isolamento social, onde um grande número de pessoas escolhe vivenciar uma rotina solitária. Isso também enfraquece a solidariedade e estimula a insensibilidade em relação ao sofrimento do outro.
      
    Esse tipo de isolamento parece ser uma contradição de globalização, que aproxima as pessoas com a tecnologia e novas formas de comunicação. Mas se tudo ocorre com intensa velocidade, isso também se reflecte nas relações pessoais. As relações tornam-se mais flexíveis, gerando níveis de insegurança maiores. Ao mesmo tempo em que buscam o afeto, as pessoas têm medo de desenvolver relacionamentos mais profundos que as imobilizem num mundo em permanente movimento.
     
    Bauman reflecte sobre as relações humanas e acredita que os laços de uma sociedade agora dão-se na rede, não mais em comunidade. Dessa forma, os relacionamentos passam a ser chamados de conexões, que podem ser feitas, desfeitas e refeitas – os indivíduos estão sempre aptos a conectarem-se e desconectarem-se conforme vontade, o que faz com que tenhamos dificuldade de manter laços a longo prazo.

    O sociólogo acredita que as redes sociais significam uma nova forma de estabelecer contactos e formar vínculos. Mas que elas não proporcionam um diálogo real, pois e muito fácil fecharem-se em círculos de pessoas iguais e evitar controvérsias.

    Para Bauman, a rede e mantida viva por duas actividades: conectar e desconectar. O contato no meio virtual pode ser desfeito ao primeiro sinal de descontentamento, o que denota uma das características da sociedade líquida. “O atractivo da ´amizade do Facebook` e que e fácil conectar, mas a grande atracão e a facilidade de desconectar”, diz Bauman.