domingo, 27 de maio de 2018


No século XIX é comercializada a que seria a base para a camara fotográfica contemporânea. Criada por Louis Daguerre, a Daguerriótipo é uma máquina capaz de captar imagens através da projeção da luz numa placa revestida de iodeto de prata.
Houve imensas praticas artísticas que sofreram modificações nas suas abordagens como consequência da implementação desta nova máquina no mercado. A pintura foi uma delas. A partir do momento em que as pessoas passaram a ter acesso a uma forma mais rápida de se captar a realidade, a fotografia passou a ser o método mais procurado. Por exemplo, as pessoas passaram a aderir mais a fotografia para retratos. 
Claro que isso não fez com que a pintura tenha perdido o seu estatuto no mundo da arte, ambas as artes tiveram percursos distintos e inclusive beneficiariam uma da outra.

           No entanto a fotografia, dos vários usos que fazemos dela, passou também a ser uma técnica de reprodução. Passou-se a ter um acesso mais facilitado as obras de arte. Esta reprodução em massa faz com que haja uma desvalorização do único, do singular, do atual e presente. Perde a originalidade com que foi criada. Perde toda a sua história, todas as suas modificações, todos os locais por onde passou, toda a sua essência. Mesmo uma falsificação permite que o original mantenha os seus valores. Mas uma captação retira-os. Esta nova reprodução tem a capacidade de criar o que será uma nova imagem. A ampliação, o corte e ate a alteração do valor da cor irá causar uma nova leitura da obra. Por mais identica que esteja do original, não terá o mesmo impacto. Para Walter Benjamin irá faltar sempre o especto mais importante para a obra de arte: " hic et nunc", o aqui e agora. A aura que surge quando algo é único no mundo.