Stan
Lauryssens, mostra-nos no livro “Dalí e Eu, Uma História Surreal” esta mesma
exploração e dissimulação, uma realidade para a qual muitos não aceitariam. Uma obra, que, segundo o autor, não é de ficção em que
os acontecimentos narrados ocorreram tal e qual como este os recorda.
No
seu livro, Stan Lauryssens descreve que, durante mais do que uma década amealhou
uma fortuna na qualidade de negociante de obras de Salvador Dali. Começou a vender "sonhos", quadro
hipoteticamente valiosos, mas na realidade não passavam de falsificações.
Rapidamente, Stan
descobre que quem tinha o negócio mais fraudulento era o próprio Dali. À medida
que os anos passavam e este se aproximava do círculo íntimo do pintor, os
bastidores de um mundo onde comércio e conspiração andam lado a lado eram-lhe
revelados.
As excentricidades e as ideias surreais faziam de Salvador
Dali um extravagante, vivia, comia e dormia surrealismo. Achava-se um génio e
agia com a excentricidade que acreditava dever atribuir-se aos seres especiais.
Sedento de dinheiro foi o maior trapaceiro da sua própria obra, criando
falsificações e cópias com a sua assinatura, levando a uma especulação
monetária absolutamente irreal.
A mentira foi a sua a maior arma utilizada, assim como Stan, que
se tornou negociante de arte por acaso e “especialista” em Dali sem saber nada
de arte ou sequer conhecer as suas obras.
Questiono-me
porém a veracidade de algumas descrições, pela perplexidade e espanto em que me
deixaram. Um livro repleto de surrealismo, que em todas as suas páginas
descreve como a arte está relacionada com a extorsão de dinheiro, ao vender algo que não existe com promessas de
originalidades inventadas, leva-me a concluir que há muitos ignorantes
dispostos a aplicar o seu dinheiro em algo que esperam que lhes traga estatuto.
Uma sucessão de futilidades que, com o tempo, se concretizaram em ameaças e
mesmo na prisão de Stan.
Assim como Walter Benjamin menciona em “A Obra de
Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica” também eu
acredito que a presença
da obra original é insubstituível, a replica é apenas um pedaço de trabalho
copiado sem qualquer tipo de originalidade, história ou cultura associada.
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