Utopia é um conceito introduzido
por Thomas More, filósofo inglês, que consiste num “lugar” ou um “não lugar”, isto
é, um local fantástico, ilusório, que não existe de todo, mas é visto como o
lugar ideal para nós, seres humanos, habitarmos. Socialmente organizado de
forma racional, onde todos teriam os mesmos direitos e obrigações, convivendo
de forma pacifica e harmoniosa.
Mas como seria sobreviver no
mundo utópico de Thomas More?
E se não existissem realmente
guerras ou revoltas, por exemplo, ligadas à religião?
Se tudo fosse um “mar de rosas” onde
todos se respeitassem e onde a felicidade fosse um sentimento permanente?
No meu ponto de vista sim,
eventualmente seria inimaginável viver sem medo, sem corrupção, preocupações diárias
que nos atormentam e que nos retiram a capacidade de viver de forma mais feliz
e proveitosa.
Outro ponto essencial seria o facto
de a religião não ser vista como uma ordem superior, com o poder de mover e
embarcar multidões para confrontos sem fim, onde o que realmente interessa é a
riqueza que eles mesmos retiram e o modo como a alcançam.
More afirmava também, que neste “lugar”
fantástico, as horas de trabalho seriam reduzidas, o que iria proporcionar um
maior convívio entre a população, um maior interesse e conhecimento em termos
culturais, desde a literatura ao desporto.
Por outro lado, será que todo
este sistema paradisíaco teria um final satisfatório ou mesmo um bom
aproveitamento? O ser humano é um animal instável, imprevisível. Os medos, as
loucuras, os momentos de alegria, tudo isso faz parte da nossa natureza
primitiva, nós vivemos constantemente com essas irregularidades. A felicidade
não é um sentimento contínuo e não teria o mesmo valor se assim o fosse. Não
sabemos coexistir sobre regras, sobre lealdade e cooperação. Destruímos o nosso
lar, o nosso planeta sem pensar nas consequências e em quem o habitará no
futuro. O que importa são os bens matérias e a autossatisfação, mas será que
assim tiramos partido da VIDA?
Em conclusão, Thomas More, por
algum motivo criou a utopia…
Talvez para escapar a toda esta
sociedade egocêntrica e materialista que o afligia e ainda hoje, no século XXI,
nos atormenta. Mas o facto de ser algo irreal e inalcançável reflete-se em tudo
o que referi.
Teremos futuro?