sábado, 23 de dezembro de 2017

"Angola é Nossa"?


A partir da obra “orientalismo” de Edward Said, estudado em aula, partindo mais concretamente da relação condescendente das potências imperialistas ocidentais com as civilizações orientais (e outros universos ex-colonias), analiso uma piada gerada pela nova geração "em rede". “Angola é Nossa”,slogan dispersado durante a guerrea do Ultramar, capta, mesmo na sua utilização irónica, a presença do espirito inerentemente opressivo e colonialista em Portugal. 
Por mais que seja irónica a utilização desta expressão humorística uma porção da população acredita que a independência das colónias pós 25 de Abril foi algo catastrófica para estas, crendo que, por serem subdesenvolvidas, não se conseguem governar a si mesmas. Tal como no Ocidente que Edward Said relata no seu livro “orientalismo”, Portugal também olha para estes países como sendo algo incompreensível e estranho, perverso, inferior e primitivo, daí justificando a colonização e todas as expedições armadas a estes locais. 
Ao contrário da postura tomada por outras potências ocidentais, no caso Português, cingimo-nos a observar com uma postura de “coitadinhos dos pobrezinhos precisam muito de ajuda externa” quando na verdade se as colónias estão como estão deve se ao abuso sistemático cometido pelos portugueses durante séculos, impondo uma cultura que não lhes diz nada e aproveitando os seus recursos para benefício do próprio país.