sábado, 23 de dezembro de 2017

Entre SER



        Bando de alienados, sendo quem não queremos ser, esperando sermos nós mesmos.
     
        O paradoxo existencial sempre persistiu entre sociedades, insistimos em ser cópias de cópias de cópias. Olhamos aos outros como exemplos, sendo que deixamos de ser exemplos nós mesmos por olharmos aos exemplos de exemplos – tornamo-nos alienados no exato momento em que anulamos a nossa personalidade em torno das pseudo-personalidades alheias, inconscientemente (prefiro pensar que assim o é).
        Embora, inevitavelmente estejamos condicionados pelo meio em que somos inseridos, parte de cada indivíduo aceitar ou não essa realidade, como única – uma ideologia.
A consciência ideológica é uma falsa consciência, parte da única realidade que conhecemos, ou pensamos conhecer.

‘’Todo indivíduo é ao mesmo tempo o beneficiário e a vítima da tradição linguística em que ele nasceu’’ 
  Aldous Huxley, As portas da perceção.

        O nosso subconsciente acaba por ser uma introspetiva que trabalha simultaneamente a exploração de realidades ocultas no nosso inconsciente. Somos beneficiários a partir do momento que escolhemos tirar partido dessa realidade, transformando-a. Vítimas quando somos um corpo, tentando ser mais um corpo, limitando-se a ocupar espaço e não a ser espaço.
        Somos um resultado, mas um resultado inacabado.