quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

"...legitimar o lixo que propositalmente produzem.”

“O cinema e o rádio não precisam mais se apresentar como arte. A verdade de que não passam de um negócio, eles a utilizam como uma ideologia destinada a legitimar o lixo que propositalmente produzem.”
O conceito de arte tem vindo a mudar muito ao longo dos anos. Uma das causas dessas mudanças é o aparecimento da industria cultural, podemos entender melhor este fenómeno a partir da frase anteriormente referida, que em outras palavras quer dizer que o cinema, a radio e também outros tipos de arte hoje em dia auto nomeiam-se como arte só para valorizar o que produzem e conseguir vender /ter lucro com isso. A cultura, a arte já não é o que era, hoje em dia são poucos os casos que não são controlados minimamente pela industria.
Um bom exemplo dessa atualidade são os programas de televisão, são poucos os programas que ainda tentam transmitir cultura ou algo de cultura, tudo começou a ser produzido apenas para entretenimento. É verdade que sempre existiram esses 2 tipos de programas uns mais focados para o entretenimento outros mais focados para a cultura, mas o que se passa nos dias de hoje é a completa falta de cultura na maior parte dos programas que hoje em dia vemos na televisão.
Insto acontece porque quando a cultura é inserida na sociedade capitalista industrial, em que o único objetivo é o lucro, popularidade, mediatismo e produção em massa com muita audiência. A cultura é manipulada, modificada e utilizada em função de atingir o maior numero de pessoas se tornando o produto mais popular. Utilizam um tema cultural e transformam-no em industria para atrair espectadores e dinheiro. Programas por exemplo sobre música (um produto cultural) são transformados em “reality show” em que o ponto mais importante, não é a musica, mas sim a competição e a intriga isto porque a confusão e a intriga atrai mais audiência (“Os produtos da indústria cultural podem ter a certeza de que até mesmo os distraídos vão consumi-los abertamente.”)
 Sem darmos conta a maior parte dos temas, contextos e objetivos acabam por ser basicamente os mesmo de programa para programa, porque se algo daquele género atrai publico é porque é bom e deve ser repetido – isto na visão de quem quer ter o máximo de lucro com o seu produto. (“O facto de que milhões de pessoas participam dessa indústria imporia métodos de reprodução que, por sua vez, tornam inevitável a disseminação de bens padronizados para a satisfação de necessidades iguais.”)
A cultura é cada vez mais consumida pela industria, fazendo a perder a sua essência e realidade, quase desaparecendo passa a ser uma palavras para apenas o produto ter credibilidade.