Nesta altura
do ano somos constantemente bombardeados com todo o tipo de publicidade
relacionada com o Natal. São os perfumes, os chocolates, os brinquedos, as mais
recentes tecnologias, etc. e todas tentam levar-nos a adquirir aqueles
produtos.
Entramos,
assim no conceito de Indústria Cultural na medida em que as mercadorias,
produzidas mecanicamente através da indústria, se tornam aliciantes e nos levam
a querer adquiri-las para atingirmos um certo estatuto na vida. Perdemos a
nossa identidade pois aspiramos ser como as “pessoas de papel” que vemos nas
publicidades. Forma-se uma sociedade estereotipada, pois o Homem assemelha-se
às coisas, torna-se “mercadoria” surgindo, assim, o conceito de alienação por
parte de Marx (abordei no 1º post). E o lado mais negativo desta questão é que nós aderimos a estas
ideologias quase de forma inconsciente, pois ouvimos, todos os dias, aqueles
anúncios e sem darmos conta colaboramos com aquilo que elas propõem,
levando-nos a realizar um consumo distraído.
Voltando
à questão partículas das publicidades aliciantes de Natal, surge ainda outro
problema. Com os adultos não é tão grave, pois temos mais consciência daquilo
que podemos ou não comprar, mas as crianças não têm essa autonomia e ao verem o
seu brinquedo preferido na televisão ficam loucas e fazem de tudo para que os
pais lhos comprem. Mudam o seu comportamento, fazem coisas boas, tornam-se mais
simpáticos para os pais… isto porque em muitos anúncios ouvem que têm de se
portar bem para receberem aquilo que querem. Ou seja, elas mudam a sua atitude,
ficam “alienadas” perante os objetos e fazem de tudo para adquiri-los. Esta
situação até poderia ser benéfica, pois de certa maneira educa as crianças para
um comportamento melhor, mas como só acontece para terem algo em troca, estamos
simplesmente a alterar a sua mente e a incutir pensamentos de interesse,
oportunismo e aproveitamento das outras pessoas.
Assim sendo,
as publicidades a que assistimos diariamente têm um grande poder sobre nós, e
se não nos soubermos controlar perdemos a nossa essência, tornamo-nos “coisas”
iguais a tantas outras. Temos de saber analisar aquilo que precisamos mesmo e o
que compramos só para satisfazer o nosso consumismo, temos de selecionar bem as
mercadorias e comprar apenas aquelas que nos fazem falta e não porque “toda a
gente tem” ou porque “está na moda” ou qualquer dia seremos como robôs, uma
série de humanos com as mesmas ideias e o mesmo aspeto físico, sem mentalidade
própria, vivendo em conformidade com o resto do mundo.