domingo, 31 de dezembro de 2017

O consumismo no Natal

Nesta altura do ano somos constantemente bombardeados com todo o tipo de publicidade relacionada com o Natal. São os perfumes, os chocolates, os brinquedos, as mais recentes tecnologias, etc. e todas tentam levar-nos a adquirir aqueles produtos.

Entramos, assim no conceito de Indústria Cultural na medida em que as mercadorias, produzidas mecanicamente através da indústria, se tornam aliciantes e nos levam a querer adquiri-las para atingirmos um certo estatuto na vida. Perdemos a nossa identidade pois aspiramos ser como as “pessoas de papel” que vemos nas publicidades. Forma-se uma sociedade estereotipada, pois o Homem assemelha-se às coisas, torna-se “mercadoria” surgindo, assim, o conceito de alienação por parte de Marx (abordei no 1º post). E o lado mais negativo desta questão é que nós aderimos a estas ideologias quase de forma inconsciente, pois ouvimos, todos os dias, aqueles anúncios e sem darmos conta colaboramos com aquilo que elas propõem, levando-nos a realizar um consumo distraído.

Voltando à questão partículas das publicidades aliciantes de Natal, surge ainda outro problema. Com os adultos não é tão grave, pois temos mais consciência daquilo que podemos ou não comprar, mas as crianças não têm essa autonomia e ao verem o seu brinquedo preferido na televisão ficam loucas e fazem de tudo para que os pais lhos comprem. Mudam o seu comportamento, fazem coisas boas, tornam-se mais simpáticos para os pais… isto porque em muitos anúncios ouvem que têm de se portar bem para receberem aquilo que querem. Ou seja, elas mudam a sua atitude, ficam “alienadas” perante os objetos e fazem de tudo para adquiri-los. Esta situação até poderia ser benéfica, pois de certa maneira educa as crianças para um comportamento melhor, mas como só acontece para terem algo em troca, estamos simplesmente a alterar a sua mente e a incutir pensamentos de interesse, oportunismo e aproveitamento das outras pessoas.

Assim sendo, as publicidades a que assistimos diariamente têm um grande poder sobre nós, e se não nos soubermos controlar perdemos a nossa essência, tornamo-nos “coisas” iguais a tantas outras. Temos de saber analisar aquilo que precisamos mesmo e o que compramos só para satisfazer o nosso consumismo, temos de selecionar bem as mercadorias e comprar apenas aquelas que nos fazem falta e não porque “toda a gente tem” ou porque “está na moda” ou qualquer dia seremos como robôs, uma série de humanos com as mesmas ideias e o mesmo aspeto físico, sem mentalidade própria, vivendo em conformidade com o resto do mundo.