George
Orwell no livro “1984”, escreve-nos uma história fictícia que se demonstra
bastante atual na sociedade em que vivemos. Esta serviu de inspiração para muitos
outros livros e filmes pela crítica apresentada aos regimes totalitários.
Orwell
relata-nos uma sociedade dirigida por um governo severo que tem como dirigente O
Grande Irmão - Big Brother, sob o lema “Big Brothes is Watching You”. Essa sociedade está dividida em três grandes grupos:
Partido Interno, Partido Externo e uma massa uniforme, os Proles.
Com
o título do livro “1984”, o autor indicia indiretamente o poder a que a
sociedade em questão está exposta. Os homens aceitam em que ano estão sem
sequer se questionarem, dando origem a uma sociedade dominada pelos ideais que
se querem impostos.
“Abatera-se
sobre ele uma sensação de impotência absoluta. Para começar, não sabia ao certo
se estava realmente em 1984. A data devia ser mais ou menos essa, visto ter
quase a certeza de contar trinta e nove anos de idade, e estava convicto de que
nascera em 1944 ou 1945; mas nos tempos que corriam nunca era possível fixar
datas sem uma margem de erro de um ano ou dois.”
O autor apresenta-nos Winston, uma
figura psicologicamente forte, trabalhador
no partido externo com a responsabilidade de falsificar o passado para criar um
presente perpétuo. Este começa a questionar os ideais do Partido Interno, ao aperceber-se,
no seu trabalho, das alterações feitas todos os dias no decorrer dos anos, originado
um conflito com a sua própria realidade, ao ir contra as ideias do Grande Irmão.
Orwell
ostenta uma crítica ao totalitarismo da sua época, que tem, no entanto, grande
viabilidade também atualmente. Nos regimes totalitários, o Estado, controla os
meios de comunicação, censurando-os para os seus próprios propósitos, na
tentativa de autenticar o seu regime. São visíveis regimes totalitários como o
fascismo, o nazismo e também o comunismo russo, em que Stálin apagou registos
dos bolcheviques e Lênin de muitas fotografias.
O controle absoluto que observamos em “1984” não seria possível
sem a manipulação da linguagem, que é também utilizada pelos regimes
totalitários, que utilizam a linguagem como forma de manipulação à verdade, ao
alterar os significados das palavras. A criação da Novilíngua na ação de Orwell é um exemplo dessa manipulação.
Através dela, o partido consegue ter um controlo do próprio pensamento da
população ao limitar a sua liberdade, que ao pensarem, pensam com a nova língua,
que ao ser limitada, limita de igual forma os pensamentos.
Segundo o próprio Orwell, em Politics and the English
Language, presente no livro A Collection of Essays, “A
linguagem política destina-se a fazer com que a mentira soe como verdade e o
crime se torne respeitável, bem como a imprimir ao vento uma aparência de
solidez”.
É notável, a alienação que cada cidadão Orwelliano em “1984” é
exposto, através do duplopensar. Esta
palavra em Novilíngua é uma das
formas mais persuasivas de manipulação da verdade e da população. Consiste na
lembrança da nova verdade criada levando ao esquecimento da antiga, ao não só
aceitar a mentira, mas entende-la como se da verdade se tratasse, tornando-a
desta forma verdade.
