Podemos definir
ideologia como o conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas ou visões do mundo
de um indivíduo ou determinado grupo, orientado para as suas ações sociais ou
políticas; pode ser usada como um instrumento de dominação que age por meio de
convencimento/persuasão, alienando a consciência humana.
Segundo Marx, “os indivíduos que constituem a classe
dominante também dominam como pensadores, como produtores, de ideias que
regulam a produção e a distribuição de ideias do seu tempo; é, pois, evidente
que as suas ideias são as ideias dominantes da época.” Ideias dominantes geradas
pelos pensadores da classe dominante – são as ideologias.
Ao longo da
História da Humanidade, foram várias as ideologias que surgiram: ideologia
fascista, comunista, conservadora, socialista, etc. E cada uma delas, à sua
época e segundo as suas motivações, suscitaram emoções e comportamentos
individuais e coletivos próprios.
Na sociedade
atual, dominada pela globalização e pelo poder dos media, é mais fácil a
propagação de ideias de consumo; afinal vivemos na era do consumismo, onde a
publicidade faz parte integral do nosso quotidiano – somos constantemente
bombardeados com spots publicitários que nos incitam a comprar produtos dos
quais não precisamos e que em pouco tempo se tornarão obsoletos e serão
substituídos por versões minimamente melhoradas, eternizando assim um ciclo
vicioso consumista.
No entanto, cada
indivíduo é uma mistura de perceção, emoção, sentimento e razão, pelo que
adquire- ou deveria adquirir, racionalmente- um sentido crítico que lhe permite
tomar decisões responsáveis. Esta premissa aplica-se tanto á publicidade quanto
á aceitação de certas ideologias. Da mesma maneira que só consumimos aquilo que
nos apetece (dependendo, obviamente, das necessidades e do sentido crítico de
cada um), o mesmo sentido crítico permite-nos fazer o mesmo com as ideologias:
só aceitamos aquelas com as quais concordamos e nos identificamos, podendo
também ser possível viver de acordo com uma certa ideologia dominante e apenas
dela retirar aquilo que consideramos coerente, conseguindo viver de forma harmoniosa
em sociedade com outras ideologias.
Para concluir,
num mundo dominado pela globalização, em que as ideologias se esbatem no seio
do poder económico e político, e em que o conhecimento é partilhado nos meios
informáticos, cada cidadão em qualquer sociedade deve construir a sua
consciência ética e sentido crítico para, dentro dos princípios universais dos
Direitos Humanos, contribuir para um mundo melhor.