Atualmente, com
o maior desenvolvimento das diversas industrias mundiais, principalmente da
moda e da tecnologia, o gasto de dinheiro por parte de toda a população tem
cada vez mais vindo a aumentar. Como prova disto, na segunda-feira do dia 27 de
novembro de 2017, foi realizada, mais uma vez, a Cyber Monday. Este evento consiste num dia completamente dedicado
ao consumo, só que reservado às compras online.
A Cyber Monday surgiu em 2006 nos Estados
Unidos, quando se percebeu que na segunda-feira que precedia à Black Friday (dia que inaugura a
temporada de compras natalícias com significativas promoções em muitas lojas), o
número de compras feitas pela Internet aumentava exponencialmente. Sendo assim,
este evento, com o passar dos anos, leva mais e mais pessoas a agarrarem-se aos
seus computadores ou outros meios digitais, todas as segundas-feiras que
precedem o Black Friday, de maneira a
obterem ainda melhores descontos.
Eu, apenas por
curiosidade, decidi investigar um pouco do que este evento realmente se tratava
uma vez que até há pouco tempo só tinha ouvido falar da “sexta-feira negra”,
indo então procurar em diversos sites, que pertencem a lojas das quais eu faço
compras, não só de roupas, como também de produtos tecnológicos.
Pude perceber
que afinal o facto de nos encontrarmos agarrados ao computador ou aos
diapositivos móveis à procura da peça mais barata, sem darmos qualquer atenção
às pessoas ou aos acontecimentos à nossa volta, é algo bastante mal pensado. Os
preços nos sites de compras acabam por ter um suposto desconto exuberante, mas
que na verdade continuava a ser o dobro do preço que eu gastaria normalmente em
qualquer outra altura. Fui capaz de ver isso em sites de lojas como a “Zara”, “Ferrari”,
“Massimo Dutti”, “Pixmania”, entre outras.
Lembrei-me
então da matéria dada em aula, em relação a John Fiske. Encontrei bastantes
paralelos entre a minha procura e os conceitos referidos por Fiske,
apercebendo-me então que o Cyber Monday
é uma forma de hegemonia. Partindo da ideia inicial de que as classes mais baixas
tendem a achar uma maneira de igualar as ideologias pertencentes às classes
mais altas, a hegemonia baseia-se em ideias arbitrárias que surgem nas classes
dominantes e se tornam "regra geral" (senso comum), expandindo-se às
classes submissas. Assim sendo, podemos chegar à conclusão de que o Cyber Monday é uma das formas de
"senso comum" criada pela classe dominante e usada para controlar as
classes mais desfavorecidas, de forma a obrigar, indiretamente, ao gasto não
pensado nas marcas dedicadas às classes mais favorecidas.