“Into the wild”, ou “Lado
Selvagem”, um filme biográfico de drama (2007) escrito e dirigido por Sean Pen.
Uma adaptação do livro não ficcional e com o mesmo título de 1996 de Jon
Krakauer, baseado nas viagens de Christopher McCandless, na América do Norte e
a sua aventura até ao Alaska no inicio da década de 1990. O filme é
representado por Emile Hirsh como McClandless, com Maria Gay e William Hurt,
como seus pais, e entre outras personagens com quem ele se cruza durante o seu
percurso aventureiro.
Estreou durante o Festival de
Roma em 2007 e mais tarde, comercialmente, em Fairbanks, Alaska, a 21 de Setembro do mesmo
ano. Foi nomeado para dois Globos de Ouro e ganhou o prémio de melhor
canção original “Gauranteed” de Eddie Vedder.
Este filme retrata a história de
um rapaz de 22 anos recém-licenciado com o nome de Christopher McCandless, que
doa todo o seu dinheiro a uma instituição de caridade, muda de identidade e
opta por viver uma vida longe de uma sociedade materialista e egocêntrica, abandonando
a família e todos os bens que lhe foram oferecidos pelos pais. Chris larga o
seu carro e queima o pouco dinheiro que lhe restava, para se sentir mais livre
e independente. Começa assim a sua viagem andando a pé e à boleia, chegando até
ao México, mas tendo sempre como objetivo chegar ao Alaska. Durante o seu
percurso arranja alguns trabalhos em troca de teto para dormir, criando vários
laços de amizade de forma espontânea. A única coisa que leva consigo são os
seus livros de referências como Tolstoi e Thoreau que criavam uma ligação única
entre o homem e a natureza e isso era essencial para Chris, a verdadeira forma
de viver.
Ao fim de dois anos a viajar,
McClandless chega então ao deserto do Alaska onde encontra uma carrinha
abandonada com o número 142 e acaba por se instalar nela. Passa cerca de quatro meses no mesmo
lugar, vivendo do que a natureza lhe podia oferecer, desde caçadas, pesca e até colheita selvagem. Era uma pessoa inteligente e informada, tendo consigo
livros sobre plantas e ervas venenosas, para se precaver de certos riscos.
Ainda assim, Chris, já esfomeado e desidratado, apanha bagas selvagens,
descobrindo mais tarde que eram venenosas. Essas mesmas provocam imobilidade de
forma gradual, levando mesmo à morte. Ainda tinha um pouco de esperança e põe
uma placa na carrinha a pedir ajuda. Acaba por se deitar na carrinha, olha para
luz relembrando-se dos seus momentos em família quase como um vulto.
“S.O.S. Preciso de
ajuda. Estou aleijado, quase morto e fraco demais para sair daqui. Estou
totalmente só, não estou a brincar. Pelo amor de Deus, por favor, tentem salvar-me. Estou lá fora a apanhar frutas nas proximidades e devo voltar esta
noite. Obrigado, Chris McCandless.”
Tudo isto demonstra que, por um
lado a sua grande viagem foi em vão, porque apercebeu-se de que nós, seres humanos estamos felizes junto dos nossos, de quem nos ama.
Por outro lado, ele não chegaria a
esta conclusão se senão tivesse enfrentado tudo isto.
Este filme, para além de ser
baseado num acontecimento verídico, tem também outras qualidades, nomeadamente a realização,
que seguiu passo a passo o percurso de Chris McCandless, e também a
maravilhosa banda sonora, composta inteiramente por Eddie Vedder.
A história de Chris traz uma
mensagem única e demonstra o desespero e a descrença em relação à sociedade em
que vivia.
Sociedade que, ainda hoje, se encontra numa situação talvez mais preocupante - mais dependente de tecnologias, de bens materiais, o que leva a um maior
isolamento e ao fim das relações interpessoais. Foi tudo isto que me cativou no
filme, o facto de ser um tema atual e também por dar valor a pequenas coisas e às
mais essenciais, como a natureza e as sensações.
