sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Into the Wild

“Into the wild”, ou “Lado Selvagem”, um filme biográfico de drama (2007) escrito e dirigido por Sean Pen. Uma adaptação do livro não ficcional e com o mesmo título de 1996 de Jon Krakauer, baseado nas viagens de Christopher McCandless, na América do Norte e a sua aventura até ao Alaska no inicio da década de 1990. O filme é representado por Emile Hirsh como McClandless, com Maria Gay e William Hurt, como seus pais, e entre outras personagens com quem ele se cruza durante o seu percurso aventureiro.
Estreou durante o Festival de Roma em 2007 e mais tarde, comercialmente, em Fairbanks, Alaska, a 21 de Setembro do mesmo ano. Foi nomeado para dois Globos de Ouro e ganhou o prémio de melhor canção original “Gauranteed” de Eddie Vedder.

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Este filme retrata a história de um rapaz de 22 anos recém-licenciado com o nome de Christopher McCandless, que doa todo o seu dinheiro a uma instituição de caridade, muda de identidade e opta por viver uma vida longe de uma sociedade materialista e egocêntrica, abandonando a família e todos os bens que lhe foram oferecidos pelos pais. Chris larga o seu carro e queima o pouco dinheiro que lhe restava, para se sentir mais livre e independente. Começa assim a sua viagem andando a pé e à boleia, chegando até ao México, mas tendo sempre como objetivo chegar ao Alaska. Durante o seu percurso arranja alguns trabalhos em troca de teto para dormir, criando vários laços de amizade de forma espontânea. A única coisa que leva consigo são os seus livros de referências como Tolstoi e Thoreau que criavam uma ligação única entre o homem e a natureza e isso era essencial para Chris, a verdadeira forma de viver.
Ao fim de dois anos a viajar, McClandless chega então ao deserto do Alaska onde encontra uma carrinha abandonada com o número 142 e acaba por se instalar nela. Passa cerca de quatro meses no mesmo lugar, vivendo do que a natureza lhe podia oferecer, desde caçadas, pesca e até colheita selvagem. Era uma pessoa inteligente e informada, tendo consigo livros sobre plantas e ervas venenosas, para se precaver de certos riscos. Ainda assim, Chris, já esfomeado e desidratado, apanha bagas selvagens, descobrindo mais tarde que eram venenosas. Essas mesmas provocam imobilidade de forma gradual, levando mesmo à morte. Ainda tinha um pouco de esperança e põe uma placa na carrinha a pedir ajuda. Acaba por se deitar na carrinha, olha para luz relembrando-se dos seus momentos em família quase como um vulto.

“S.O.S. Preciso de ajuda. Estou aleijado, quase morto e fraco demais para sair daqui. Estou totalmente só, não estou a brincar. Pelo amor de Deus, por favor, tentem salvar-me. Estou lá fora a apanhar frutas nas proximidades e devo voltar esta noite. Obrigado, Chris McCandless.

Tudo isto demonstra que, por um lado a sua grande viagem foi em vão, porque apercebeu-se de que nós, seres humanos estamos felizes junto dos nossos, de quem nos ama.
Por outro lado, ele não chegaria a esta conclusão se senão tivesse enfrentado tudo isto.
Este filme, para além de ser baseado num acontecimento verídico, tem também outras qualidades, nomeadamente a realização, que seguiu passo a passo o percurso de Chris McCandless, e também a maravilhosa banda sonora, composta inteiramente por Eddie Vedder.

A história de Chris traz uma mensagem única e demonstra o desespero e a descrença em relação à sociedade em que vivia.
Sociedade que, ainda hoje, se encontra numa situação talvez mais preocupante - mais dependente de tecnologias, de bens materiais, o que leva a um maior isolamento e ao fim das relações interpessoais. Foi tudo isto que me cativou no filme, o facto de ser um tema atual e também por dar valor a pequenas coisas e às mais essenciais, como a natureza e as sensações.