O termo alienação, segundo a perspetiva de Marx,
define a separação das pessoas dos bens que estas produzem, algo que acontece
regularmente no capitalismo.
Podemos observar este fenómeno de alienação no
trabalho na sociedade devido à procura de lucro, que muitas vezes prossupõe a usurpação
dos trabalhadores, para que seja produzida uma maior quantidade de mercadorias,
muitas vezes vendidas a um preço maior do que é investido nos trabalhadores, o
que leva a um mau trato dos trabalhadores, através de cargas horárias
excessivas e poucos direitos no local de trabalho, por exemplo. Todos os dias
ouvimos falar de situações onde os trabalhadores são vítimas de exploração.
A produção e o consumo dependem um do outro, pois sem
produção não há consumo, e sem esse consumo os trabalhadores não conseguem
produzir. A produção exige força de trabalho de operários, o que impulsiona também
o consumo, pois quando a mercadoria é consumida, será necessário que seja
reposta para um eventual consumo, sendo este um círculo sem fim.
Então dá-se uma desumanização dos trabalhadores, que
não são vistos como seres humanos, mas como “peças” pertencente a uma máquina
de produção em massa. No local de trabalho, o operário passa de um membro da
sociedade a um ser individualizado, não pelo facto de o trabalho seja um impulsionador
da individualização, mas porque transforma o trabalhador, um ser humano com
criatividade e capacidade de raciocínio, para um ser que se limita a fazer uma
função que dispensa estes valores humanos, não sendo necessárias ao seu
trabalho.
Existe também uma alienação ao produto do trabalho,
que não tem a essência de quem o fez. Ou seja, quer seja uma pessoa ou uma
equipa a criar um determinado produto, este não se encontra na sua posse, não pertence
a quem o fez, é um objeto independente dos seus criadores, estranho de qualquer
pessoa encarregue no processo de criação. Por exemplo, numa fábrica de
eletrodomésticos, nos vários passos para se chegar ao produto final existem
vários trabalhadores, porém, estes não podem reivindicar este tal produto, pois
este pertence ao fornecedor ou à marca até que seja vendido.
Outra característica da alienação no trabalho é a
impossibilidade de posse daquilo que os trabalhadores produzem, pois o que
produzem excede as condições monetárias dos operários, que são pagos, na
maioria dos casos, com uma quantia muito inferior ao do produto que criam.
Existe uma grande diferença entre os trabalhadores e
os empregadores, que continuam a ver os operários, não como seres humanos, mas
como meios de obtenção de capital, algo que não vai desaparecer, visto que se
trata de uma mentalidade muito enraizada na economia capitalista.