domingo, 31 de dezembro de 2017

Alienação no trabalho

O termo alienação, segundo a perspetiva de Marx, define a separação das pessoas dos bens que estas produzem, algo que acontece regularmente no capitalismo.

Podemos observar este fenómeno de alienação no trabalho na sociedade devido à procura de lucro, que muitas vezes prossupõe a usurpação dos trabalhadores, para que seja produzida uma maior quantidade de mercadorias, muitas vezes vendidas a um preço maior do que é investido nos trabalhadores, o que leva a um mau trato dos trabalhadores, através de cargas horárias excessivas e poucos direitos no local de trabalho, por exemplo. Todos os dias ouvimos falar de situações onde os trabalhadores são vítimas de exploração.

A produção e o consumo dependem um do outro, pois sem produção não há consumo, e sem esse consumo os trabalhadores não conseguem produzir. A produção exige força de trabalho de operários, o que impulsiona também o consumo, pois quando a mercadoria é consumida, será necessário que seja reposta para um eventual consumo, sendo este um círculo sem fim.

Então dá-se uma desumanização dos trabalhadores, que não são vistos como seres humanos, mas como “peças” pertencente a uma máquina de produção em massa. No local de trabalho, o operário passa de um membro da sociedade a um ser individualizado, não pelo facto de o trabalho seja um impulsionador da individualização, mas porque transforma o trabalhador, um ser humano com criatividade e capacidade de raciocínio, para um ser que se limita a fazer uma função que dispensa estes valores humanos, não sendo necessárias ao seu trabalho.

Existe também uma alienação ao produto do trabalho, que não tem a essência de quem o fez. Ou seja, quer seja uma pessoa ou uma equipa a criar um determinado produto, este não se encontra na sua posse, não pertence a quem o fez, é um objeto independente dos seus criadores, estranho de qualquer pessoa encarregue no processo de criação. Por exemplo, numa fábrica de eletrodomésticos, nos vários passos para se chegar ao produto final existem vários trabalhadores, porém, estes não podem reivindicar este tal produto, pois este pertence ao fornecedor ou à marca até que seja vendido.
Outra característica da alienação no trabalho é a impossibilidade de posse daquilo que os trabalhadores produzem, pois o que produzem excede as condições monetárias dos operários, que são pagos, na maioria dos casos, com uma quantia muito inferior ao do produto que criam.

Existe uma grande diferença entre os trabalhadores e os empregadores, que continuam a ver os operários, não como seres humanos, mas como meios de obtenção de capital, algo que não vai desaparecer, visto que se trata de uma mentalidade muito enraizada na economia capitalista.