“A nossa consciência é determinada pela sociedade em que
nascemos, não pela nossa natureza ou psicologia individual”. Isto faz-me pensar
sobre a minha existência, sobre aquilo que eu chamo a minha personalidade. Se
eu não tivesse nascido na determinada sociedade em que nasci, se não tivesse
crescido e aprendido a pensar segundo a ideologia dessa mesma sociedade,
provavelmente não seria quem julgo que sou hoje.
E porque será isto? Porquê que a nossa formação enquanto
indivíduos depende tanto dos outros? Será então que em vez de indivíduos, ou
seja, seres únicos que sabem pensar por si, somos apenas o resultado esperado
de uma sociedade que “faz pessoas”? Seremos como os robôs, programados de uma
determinada maneira que não questionamos?
É-nos dada uma determinada base desde que somos pequenos para
que não a questionemos quando crescemos. Eu digo que o céu é azul porque sempre
me ensinaram que assim o é, e mais tarde, quando cresci, vi que todos à minha
volta diziam o mesmo. Mas isto só acontece porque todos aqueles com quem o
confirmei foram educados segundo a mesma ideologia que eu. No entanto, se
alguém educado numa sociedade diferente da minha, e, portanto, segundo uma
ideologia diferente, me confrontar a dizer que o céu é cor-de-rosa, porque tal
como eu foi educado a acreditar nisso, vejo-me numa situação de incerteza. Como
se chamará então aquela cor? Será que passei a minha vida a ver o mundo da
maneira errada? Ou será que é o outro que está errado e não eu?
Este exemplo pode aplicar-se em tudo aquilo que se considera
uma certeza, o que me faz questionar se alguma vez teremos certeza de alguma
coisa.