sábado, 23 de dezembro de 2017

De certeza?


“A nossa consciência é determinada pela sociedade em que nascemos, não pela nossa natureza ou psicologia individual”. Isto faz-me pensar sobre a minha existência, sobre aquilo que eu chamo a minha personalidade. Se eu não tivesse nascido na determinada sociedade em que nasci, se não tivesse crescido e aprendido a pensar segundo a ideologia dessa mesma sociedade, provavelmente não seria quem julgo que sou hoje.

E porque será isto? Porquê que a nossa formação enquanto indivíduos depende tanto dos outros? Será então que em vez de indivíduos, ou seja, seres únicos que sabem pensar por si, somos apenas o resultado esperado de uma sociedade que “faz pessoas”? Seremos como os robôs, programados de uma determinada maneira que não questionamos?

É-nos dada uma determinada base desde que somos pequenos para que não a questionemos quando crescemos. Eu digo que o céu é azul porque sempre me ensinaram que assim o é, e mais tarde, quando cresci, vi que todos à minha volta diziam o mesmo. Mas isto só acontece porque todos aqueles com quem o confirmei foram educados segundo a mesma ideologia que eu. No entanto, se alguém educado numa sociedade diferente da minha, e, portanto, segundo uma ideologia diferente, me confrontar a dizer que o céu é cor-de-rosa, porque tal como eu foi educado a acreditar nisso, vejo-me numa situação de incerteza. Como se chamará então aquela cor? Será que passei a minha vida a ver o mundo da maneira errada? Ou será que é o outro que está errado e não eu?

Este exemplo pode aplicar-se em tudo aquilo que se considera uma certeza, o que me faz questionar se alguma vez teremos certeza de alguma coisa.