A resistência
é considerada um pequeno grupo ou uma subcultura que se opõe à cultura
hegemónica. Por outro lado, a incorporação é o processo dinâmico que introduz estas
novas ideias e subculturas no circuito económico.
Um
dos casos mais recentes de resistência é o vegetarianismo, apesar de este já
ter ultrapassado o primeiro passo, o da aceitação. Isto porque, na realidade,
os vegetarianos já não vistos como malucos com manias pelos jovens.
Na
minha opinião, esta subcultura vai ser incorporada e vai resultar numa espécie
de “vegetarianismo light“.
Hoje
em dia são poucos os pratos verdadeiramente vegetarianos que são servidos nos
restaurantes. No futuro haverá uma enorme expansão deste mercado.
O
maior exemplo disto é o McDonald’s da Finlândia, que está ponderar tornar os
seus menus todos vegetarianos nos próximos anos.
Por
agora, observam-se dois extremos opostos: ou se come carne com uma enorme
regularidade ou se tem uma dieta onde comer um prato de carne seria impensável.
Está
no início de uma enorme explosão a ideia estética de que criar e matar milhões
de animais para os comer é um comportamento primitivo.
A
cultura hegemónica culinária, que hoje se baseia principalmente na carne, mostra sinais de incorporar a lógica do
vegetarianismo. Por
isso, penso que a carne passará a ser vista como um adereço.
A
cultura dominante de alternar o prato de carne com o prato de peixe vai ser
substituída com o alterar o prato de peixe com o prato vegetariano. A carne
passará a ser vista como uma iguaria ou uma entrada, tal como os doces: uma
dieta contínua à base de carne seria prejudicial à saúde mas é algo que nos dá
prazer.
Prevejo, então, que não será incorporado um vegetarianismo estricto anti-carne, mas sim a
diminuição significativa do consumo da carne e a entrada de pratos vegetarianos
na dieta quotidiana na casa das pessoas.