sábado, 23 de dezembro de 2017

A próxima subcultura a ser incorporada?

A resistência é considerada um pequeno grupo ou uma subcultura que se opõe à cultura hegemónica. Por outro lado, a incorporação é o processo dinâmico que introduz estas novas ideias e subculturas no circuito económico.

Um dos casos mais recentes de resistência é o vegetarianismo, apesar de este já ter ultrapassado o primeiro passo, o da aceitação. Isto porque, na realidade, os vegetarianos já não vistos como malucos com manias pelos jovens.
Na minha opinião, esta subcultura vai ser incorporada e vai resultar numa espécie de “vegetarianismo light“.

Hoje em dia são poucos os pratos verdadeiramente vegetarianos que são servidos nos restaurantes. No futuro haverá uma enorme expansão deste mercado.
O maior exemplo disto é o McDonald’s da Finlândia, que está ponderar tornar os seus menus todos vegetarianos nos próximos anos.

Por agora, observam-se dois extremos opostos: ou se come carne com uma enorme regularidade ou se tem uma dieta onde comer um prato de carne seria impensável.

Está no início de uma enorme explosão a ideia estética de que criar e matar milhões de animais para os comer é um comportamento primitivo.

A cultura hegemónica culinária, que hoje se baseia principalmente na carne, mostra sinais de incorporar a lógica do vegetarianismo. Por isso, penso que a carne passará a ser vista como um adereço.

A cultura dominante de alternar o prato de carne com o prato de peixe vai ser substituída com o alterar o prato de peixe com o prato vegetariano. A carne passará a ser vista como uma iguaria ou uma entrada, tal como os doces: uma dieta contínua à base de carne seria prejudicial à saúde mas é algo que nos dá prazer.

Prevejo, então, que não será incorporado um vegetarianismo estricto anti-carne, mas sim a diminuição significativa do consumo da carne e a entrada de pratos vegetarianos na dieta quotidiana na casa das pessoas.