terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Bra's issue?



O sutiã aparece entre as meninas de maneira tão automática que nem paramos para pensar de onde surgiu, a mulher já incorpora a ideia de usar sutiã antes mesmo da sensação de ter seios. Desde novas, as meninas se sentem envergonhadas e, de certa forma, pressionadas a aderirem ao sutiã, seja porque uma colega já usa, ou se não usar pode sofrer bullying de outros colegas, além disso, o uso do sutiã abre portas à sexualização da criança.
Toda essa história surgiu a partir do momento que um grupo social com poder comprou a ideia, tornando-a dominante, o que causa a adesão massiva desta nova condição de realidade, cegando as outras condições também existentes. A partir disso, cria-se uma vigilância social, onde cada indivíduo sente-se no direito de julgar e, até mesmo, oprimir o que foge à hegemonia, e isso é exemplificado na história do sutiã.
A ideologia dominante causa desligamento de novas ideais, ou seja, aliena, porém é dessa separação que se torna possível o conhecimento, assim, há subculturas com ideias alternativas que reagem à hegemonia, sua resistência mostra outras possibilidades de realidade e não apenas aquela imposta.
Assim, o movimento de libertação dos sutiãs surge como resistência, em que outrora foi discutido por um pequeno grupo alternativo e hoje sua discussão cresce entre as mulheres. Porém, se, de certa forma, esta ideia for maior do que se imagina, pode vir a ser hegemônica, o que chama a atenção de grupos de poder econômico, como a indústria da moda ou do cinema, que se apropriam do estilo de vida para o social, adoptando comportamentos alternativos para incorporá-los para si.
Momento em que a resistência vira hegemonia, a economia a incorpora como se as subculturas fizessem parte do sistema.