O sutiã aparece entre
as meninas de maneira tão automática que nem paramos para pensar de onde surgiu,
a mulher já incorpora a ideia de usar sutiã antes mesmo da sensação de ter
seios. Desde novas, as meninas se sentem envergonhadas e, de certa forma,
pressionadas a aderirem ao sutiã, seja porque uma colega já usa, ou se não usar
pode sofrer bullying de outros
colegas, além disso, o uso do sutiã abre portas à sexualização da criança.
Toda essa história
surgiu a partir do momento que um grupo social com poder comprou a ideia,
tornando-a dominante, o que causa a adesão massiva desta nova condição de
realidade, cegando as outras condições também existentes. A partir disso,
cria-se uma vigilância social, onde cada indivíduo sente-se no direito de
julgar e, até mesmo, oprimir o que foge à hegemonia, e isso é exemplificado na
história do sutiã.
A ideologia dominante causa
desligamento de novas ideais, ou seja, aliena, porém é dessa separação que se
torna possível o conhecimento, assim, há subculturas com ideias alternativas
que reagem à hegemonia, sua resistência mostra outras possibilidades de
realidade e não apenas aquela imposta.
Assim, o movimento de
libertação dos sutiãs surge como resistência, em que outrora foi discutido por
um pequeno grupo alternativo e hoje sua discussão cresce entre as mulheres.
Porém, se, de certa forma, esta ideia for maior do que se imagina, pode vir a ser
hegemônica, o que chama a atenção de grupos de poder econômico, como a
indústria da moda ou do cinema, que se apropriam do estilo de vida para o
social, adoptando comportamentos alternativos para incorporá-los para si.
Momento em que a
resistência vira hegemonia, a economia a incorpora como se as subculturas
fizessem parte do sistema.