Um ano. Três álbuns. Saturar. Esta é a motivação por trás de
“Saturation”, a trilogia de álbuns feita pela autoproclamada “boyband” /coletivo
artístico americano BROCKHAMPTON,
que possui uma única máxima:
“O nosso conteúdo é nosso”
Seguindo um espírito de do-it-yourself,
o grupo possui controlo total do seu próprio conteúdo creativo: desde a
distribuição, que é feita pelo próprio grupo, independente de editoras,
passando pelo coletivo responsável pelo design e produção, formado por membros
do grupo, e como se isso não bastasse, possuem também um segmento de roupa e
cinema, tendo um filme a estrear em 2018. culminando numa casa habitada por 14
indivíduos em Los Angeles apelidada de “fábrica”, apelido claramente
justificado pela estúpida quantidade de conteúdo original, característico,
carregado de identidade e ainda mais importante, duma marca.
Podendo ser confundido inicialmente como apenas outro
coletivo de rap, o conceito é destruído a partir do momento em que um grupo de
jovens decide não continuar a ser domados pela sociedade e pelas expectativas
que lhes são impostas, mostrando, com orgulho, a sua presença e identidade de maneira
tão provocadora e tão despida de qualquer tipo de filtro ao longo de uma
trilogia composta por 48 músicas, que tanto respiram raiva e medo como ambição
e confiança, cujo som passa do cru e agressivo para o melancólico e nostálgico,
munidos de interlúdios vocais que contam a história de uma personagem que
perdeu a sua esperança no mundo e que ao longo da trilogia, encontra esperança
na união dada pelas pessoas que o rodeiam.
A história contada pela personagem acaba por ser a história
de cada membro do grupo, ostracizados da sociedade pelas suas diferenças e que,
apelando à união, tanto pessoal como criativa, ascender até ao topo sendo
apenas eles mesmo.
Na minha opinião, BROCKHAMPTON conseguem desafiar o
conceito de coletivo artístico e elevar-se nas diversas atmosferas que reside,
establecendo-se tanto na área da música como do design, da moda e do cinema
sendo apenas o que eles são e admiro essa ambição.
"In the eyes of the law, I'm a problem In the eyes of blogs, I'm a paycheck In the eyes of the world, I'm an icon In the eyes that I own, I ain't start yet"

