quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Saturation - Recensão


Um ano. Três álbuns. Saturar. Esta é a motivação por trás de “Saturation”, a trilogia de álbuns feita pela autoproclamada “boyband” /coletivo artístico americano BROCKHAMPTON, que possui uma única máxima:

O nosso conteúdo é nosso





Seguindo um espírito de do-it-yourself, o grupo possui controlo total do seu próprio conteúdo creativo: desde a distribuição, que é feita pelo próprio grupo, independente de editoras, passando pelo coletivo responsável pelo design e produção, formado por membros do grupo, e como se isso não bastasse, possuem também um segmento de roupa e cinema, tendo um filme a estrear em 2018. culminando numa casa habitada por 14 indivíduos em Los Angeles apelidada de “fábrica”, apelido claramente justificado pela estúpida quantidade de conteúdo original, característico, carregado de identidade e ainda mais importante, duma marca.
Podendo ser confundido inicialmente como apenas outro coletivo de rap, o conceito é destruído a partir do momento em que um grupo de jovens decide não continuar a ser domados pela sociedade e pelas expectativas que lhes são impostas, mostrando, com orgulho, a sua presença e identidade de maneira tão provocadora e tão despida de qualquer tipo de filtro ao longo de uma trilogia composta por 48 músicas, que tanto respiram raiva e medo como ambição e confiança, cujo som passa do cru e agressivo para o melancólico e nostálgico, munidos de interlúdios vocais que contam a história de uma personagem que perdeu a sua esperança no mundo e que ao longo da trilogia, encontra esperança na união dada pelas pessoas que o rodeiam.
A história contada pela personagem acaba por ser a história de cada membro do grupo, ostracizados da sociedade pelas suas diferenças e que, apelando à união, tanto pessoal como criativa, ascender até ao topo sendo apenas eles mesmo.
Na minha opinião, BROCKHAMPTON conseguem desafiar o conceito de coletivo artístico e elevar-se nas diversas atmosferas que reside, establecendo-se tanto na área da música como do design, da moda e do cinema sendo apenas o que eles são e admiro essa ambição.




"In the eyes of the law, I'm a problem In the eyes of blogs, I'm a paycheck In the eyes of the world, I'm an icon In the eyes that I own, I ain't start yet"