quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Beautiful Losers - A subcultura Underground que se torna Pop

Em meados de 1990 um cenário artístico estava nascendo nos Estados Unidos. Influenciados pelas culturas do skate, surf, hip-hop, grafite e punk, estes novos artistas abriram portas para um novo conceito de arte que é acessível a qualquer um, uma arte que não é elitista e que reflete a vida urbana comum: a arte de rua.

Beautiful Losers é um documentário do ano de 2008 dirigido por Aaron Rose, que revela como estes artistas de rua mudaram a forma com que a arte é vista no mundo hoje em dia, desde o período que começaram a se expressar pelas ruas até o momento em que tiveram suas obras expostas em galerias. Shepard Fairey (Obey), Mark Gonzales, Spike Jonze, Margaret Kilgallen, Barry McGee, Mike Mills, Phil Frost, Ed Templeton, Chris Johanson e Harmony Korine são os artistas presentes neste documentário e que começaram a produzir arte apenas para refletir e expressar os seus estilos de vida.

É curioso perceber, neste documentário, a forma despretensiosa com que estes artistas iniciaram suas carreiras. Muitos deles sem conhecimento técnico algum, começaram a criar e produzir arte apenas por gosto e sem medo de errar. Com transições entre cenas das ruas dos anos 90 e os artistas em 2008, é possível identificar, neste documentário, a forma com que os artistas olham para trás e entendem o cenário da época como algo natural, apenas consequência das suas vontades de se expressar e criar.

Em decorrência deste movimento jovem, nasce a Alleged Gallery, galeria de arte criada pelo próprio Aaron Rose, diretor de Beautiful Losers, e que exibiu obras de muitos artistas de rua, recebendo milhares de jovens para contemplar obras que reflectiam suas realidades.

É possível compreender, ao fim de Beautiful Losers, que a arte não tem lugar. Ela faz parte da nossa sociedade e está inserida nos mais variados contextos. Além disso, é possível entender que fazer arte não é seguir regras. Fazer arte é quebrar as barreiras criativas, se expressar e, além de tudo, inovar.