A exposição "Do outro lado do espelho", na fundação Calouste Gulbenkian vai estar disponível até dia 5 de Fevereiro de 2018 e é uma grande atração artística, com características muito particulares.
Como o próprio nome indica, o tema principal desta seleção de pinturas, fotografias, esculturas e até vídeos é o espelho. Foi me esclarecido que contém 69 obras, não por mera coincidência mas por os dois números serem o reflexo um do outro, o que considerei interessante e muito original.À entrada, no primeiro núcleo dos 5 totais, é nos logo apresentada uma das leituras possíveis deste significado do espelho. A sala é ampla e dá ênfase ao narcisismo, ao homem que se apaixona pelo próprio reflexo.
No segundo espaço, depois de observar o conjunto de obras notamos rapidamente que apenas mulheres ali estão representada. O meu olhar fixou-se em específico numa pintura de Ana Vieira, "Toucador": com linhas extremamente simples e uma mistura de materiais impressionante, a artista transporta-nos para um universo onde as possibilidade de significado são infinitas.
Terceiramente, esta sala é também baseada maioritariamente na figura feminina, reinando a sedução e a beleza. "O brinco" de Ambrose McEroy foi sem dúvida a obra que me chamou mais à atenção, talvez porque já tinha ouvido falar dela, mas também certamente pela técnica incrível e a sua expressividade, as cores suaves mas de tonalidades inesperadas. O reflexo perfeitamente humano da mão no espelho, enquanto que para mim este continua a ser um tema de dificuldade, ali estava representado na perfeição.
De seguida encontramos uma sala em que todas as obras foram inspiradas no livro Alice do Outro Lado Do Espelho, com pinturas e fotografias que nos fazem sentir presentes noutro mundo, numa certa realidade manipulada.
Derradeiramente o ultimo espaço tem como tema os homens e a sua relação com os espelhos, que apesar de ser também uma parte significante da exposição acabou por ser a que menos me cativou.
Por fim, considero que é um tema fora do vulgar e que a seleção não poderia estar mais interessante, e que vale a pena tirar uma hora do seu dia para apreciá-la.