quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Recensão sobre o filme Capitão Fantástico



Capitão Fantástico é um longa-metragem de comédia-drama estadunidense, foi dirigido por Matt Ross e lançado em 2016. Seu enredo gira em torno do núcleo familiar contistuído por um pai e seus seis filhos que vivem em uma floresta no estado de Washington, isolados, por escolha própria, da sociedade moderna para viverem livres em harmonia com a natureza.
A criação dos seus filhos é guiada por uma educação árdua, permeada de conhecimentos em filosofia, literatura, música e matemática, além de técnicas de sobrevivência e exercícios físicos, com horários e obrigações regradas pelos pais. Porém, por problemas de saúde, a mãe encontra-se internada em um hospital e seus filhos ficam sem notícias suas até que, por um telefonema, descobrem seu falecimento. A partir disso, a família percebe que a barreira que criaram, naquele momento, se quebrara e assim, surgem questionamentos sobre seu modo de vida e sua relação familiar.
Há momentos no filme em que nos faz notar a cultura na qual a nossa sociedade está inserida e nos questionamos por que o modo de viver desta família não é melhor que o habitual. Um exemplo é a cena do Dia de Noam Chomsky, filósofo cujos princípios servem de base a família, neste dia, um dos filhos queixa-se ao pai por que não celebram o Pai Natal como as outras famílias fazem e então seu pai o questiona por que deveriam celebrar uma figura fictícia ao invés de um grande filósofo.
E há outros momentos que nos faz refletir pelo contrário, o pensamento proposto pelo pai em um momento resume bem “Marxistas podem ser tão genocidas quanto capitalistas”, não pelo o que os qualifica, mas pelo que os aproxima, ambas as realidades podem perpassar o autoritarismo. Assim, colocar os filhos no sistema em que seus pais seguem, isolam-nos da sociedade, deixando com dificuldades de entrar em contato e, talvez, até correr risco de morte por isso.
Um fato interessante do filme é a escolha de como a história é transmitida ao público, em um primeiro momento o diretor nos conduz a apoiar o estilo de vida da família, mas ao desenrolar, nos faz argumentar a seu respeito, deixando assim a escolha em nossas mãos sobre o que é melhor ou pior, ou se também há uma escolha ideal.