quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

MONTY PYTHON´S THE MEANING OF LIFE


A famosa companhia de comédia britânica Monty Python criou como o seu último filme em conjunto, esta bizarra coleção marcada pelo seu humor preferido e amarrada ao tema comum da eterna busca do significado a vida (the meaning of life). Embora esta série de cenas se mantenha fiel às suas raízes assemelhando-se ao programa de televisão “Flying Circus”, não deixa de poder desiludir alguns fãs de longa data se estes ansiarem uma obra no seguimento de características de “Holy Grial” ou de “Life of brian”. A peça foi dividida nas diversas fases do desenvolvimento humano: do nascimento à morte; todavia, ainda que flua com facilidade, não deixam de haver esboços definitivamente melhores do que outros. É seguro afirmar que este filme contém algum do melhor e pior trabalho que a parceria realizara até a data, no entanto o seu trabalho medíocre é deveras melhor do que maioria da comédia moderna. 
Estes três períodos da vida começam a ser explorados logo na primeira cena com um aquário de peixes falantes, seguida de uma série de cenas imorais e excêntricas tocando em tópicos delicados como os dogmas católicos, a estupidez humana, o egoísmo, a guerra e até a morte. Michael Palin, como um pai pobre de 100 crianças, lidera um número musical épico contra o contrôlo de natalidade; Eric Idle, enquanto canta sobre a vastidão do universo, testemunha uma constelação que toma a forma de uma mulher nua a dar à luz; John Cleese desempenha o papel de um professor de educação sexual exibindo relações com sua esposa em frente à sua turma (é facilmente a cena sexual menos erótica na história do cinema); E, na cena mais famosa do "Significado da Vida", onde o revoltante Mr. Creosote (Terry Jones) literalmente come até explodir. 
Mesmo tendo sido o seu último filme, o grupo atinge o auge no âmbito da atuação: desde a cena de Dr.Spencer por John Cleese até à representação meramente perfeita de Tony Bennet por Graham Chapman, a ação nunca desilude e até mesmo quando se torna aborrecida em parte, os Python nunca dececionam como atores. É igualmente importante notar na excelente particularidade da banda sonora do filme. Aenglobar o seu humor de alta qualidade na escrita do guião e ainda nas letras das músicas, adicionam sensacionismo ao trabalho em conjunto e exibem otimamente as diferentes vertentes da companhia. Ainda assim, o filme pode se tornar excessivo e às vezes até entediante para aqueles que não estão acostumados ao humor da equipa, especialmente considerando que “O Sentido da Vida” tem mais em comum com as origens iniciais do grupo do que com as obras que os levaram à fama e para além disso, algumas piadas estão agora desatualizadas. 
Seja um filme que realmente nos faça refletir sobre o significado da vida ou não, é discutível porque não chegamos verdadeiramente a uma conclusão, no entanto a mensagem passada ao público resume-se na única vida que temos, logo há que aproveitar o passeio. 
Em suma, recomendado àqueles interessados num aglomerado de sexo, vómito e loucura, no fim questionamo-nos se, como diz a música do título, “a humanidade está a evoluir, ou é demasiado tarde?”.