quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

O Herói de Hacksaw Ridge

O filme O Herói de Hacksaw Ridge relata a experiência de um objector de consciência, chamado de Desmond Doss,  na Guerra de Okinawa, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial cuja história é verídica e, extremamente, comovente.
O objector de consciência é o jovem Desmond Doss que decide alistar-se no exército e este atua como socorrista recusando usar uma única arma durante o tempo que permaneceu na guerra, sendo que, a meio do filme, este quase foi preso devido ao rejeito do uso de armas. Desmond Doss foi alvo de preconceito e críticas por parte dos seus colegas e dos seus superiores, visto que, estes pensavam que Desmond Doss ao recusar usar uma arma não seria capaz de defendê-los provocando, assim, a possível morte de “todos”. Contrariamente, Desmond Doss foi um herói de guerra uma vez que este resgatou quase uma centena de soldados feridos do campo de batalha penhasco  num período curto de tempo , enquanto os restantes soldados tinham-se retirado. No final, o trabalho em campo de Desmond Doss foi reconhecido, sendo que, os seus colegas e superiores se desculparam e respeitaram a coragem de Desmond Doss. Ao longo deste percurso, Desmond Doss teve o apoio da sua mulher e família, apesar de o seu pai não o ter apoiado a cem por cento a sua ida para o exército.

Portanto, este filme aborda um tema bastante sensível e inexplorado pelos medias, sendo que, a maioria das pessoas só reconhece o que é e o papel do objector de consciência com o visionamento deste filme. Este filme retrata, impecavelmente, este tipo de pessoa e a sua importância, nomeadamente, na guerra apesar dos seus princípios religiosos, morais, éticos ou de consciência. E neste caso, Desmond Doss permaneceu fiel aos seus princípios apesar de todos acharem que isso levaria a um fim trágico, porque considerava que só Deus tinha o poder de tirar a vida a alguém. Além disso, este filme delineia, de forma excelente, as cenas de guerra e o sofrimento daqueles que combateram na Segunda Guerra Mundial, bem como em qualquer guerra. Por outro lado, o ator que interpreta Desmond Doss, Andrew Garfield, conseguiu transmitir a mensagem do filme de forma a sensibilizar os espectadores para a situação dos objectores de consciência. Cuja, para Desmond Doss, é o conflito entre o interesse e o desejo pelo exército, de maneira a ajudar os outros, e o repudio pela utilização das armas, de forma a ferir outros. No entanto, este filme transparece a importância do apoio da família para a superação dos obstáculos e para a persistência das nossas crenças.

Apesar de o criticar positivamente este filme e a atitude desta pessoa enquanto objector de consciência que premaneceu determinado e persitente até ao fim pode-se, juntamente, criticar de uma forma menos positiva este filme. Uma vez que, um indivíduo pode afirmar que a atitude de Desmond Doss poderia ter custado a vida de várias pessoas só porque este foi orgulhoso e não quis desprender-se dos seus princípios e, este filme, de forma indirecta, defender a atitude do mesmo.

Assim, depreende-se que existem dois pontos de vista e que ficam várias questões por responder: “Será que Desmond Doss agiu bem em respeitar os seus princípios ou, simplesmente, foi egoísta? Será que deveremos defender Desmond Doss porque este não quis utilizar as armas, de modo a matar outros indivíduos, e fui uma pessoa bastante persistente e altruísta que pensou, única e exclusivamente, em ajudar os outros apesar de poder ter sido morto sem se poder defender? Ou será que foi, extremamente, egoísta e só se importou com os seus interesses e princípios sem pensar nas consequências inerentes aos restantes combatentes?”. Estas respostas dependem, exclusivamente, do modo em que a pessoa observa esta situação e da perspectiva e educação de vida, sendo assim, uma resposta bastante dependente da própria pessoa podendo divergir de pessoa para pessoa.