sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

A Obsessão com o Binário

A mente humana é levada naturalmente a juntar em grupos tudo o que ela observa. Ideias, e formas de agir especialmente. Isso leva à identificação rápida e eficaz de comportamentos, o que não é necessariamente ruim, porém essa tendência acaba por criar também grupos binários, com ideias normalmente em extremos opostos, causando a sociedade a tentar sempre se encaixar em um dos dois, ignorando qualquer possibilidade de achar um meio-termo, o que tipicamente seria a escolha mais realista e confortável. Isso se nota com grande facilidade quando você realmente a procura — Masculino e feminino, direita e esquerda, por exemplo. Quando uma pessoa se identifica com o género masculino, qualquer mudança de comportamento que pareça feminino é rapidamente notado e comentado pelos outros, reprimindo a exploração do espectro inteiro, mesmo que você não se identifique com um dos extremos. Esse tipo de comportamento é obviamente negativo e tóxico, já que força indivíduos em situações desconfortáveis, mas também é contraditório à natureza humana de se destacar em meio às massas, de ser original. Se você possui o desejo de ser individualizado, o primeiro passo seria não se conformar ao binário, porém devido à pressão da sociedade isso se torna uma tarefa quase impossível, já que mesmo que a hostilidade não esteja presente, tentar explicar a sua posição no meio do espectro é complicado, especialmente entre pessoas que nunca sequer pensaram na possibilidade, que são a maioria.
Esse cenário porém está lentamente a mudar, especialmente em relação ao género, como se percebe nas novas gerações, que estão cada vez mais a se identificar como não binários, e se a sociedade conseguir se desprender da mais antiga ideologia, talvez também seja possível também evitar as outras.