quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

A Sedução da Moderninade



A minha recensão é baseada na exposição “ A Sedução da Modernidade” que se encontra no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (27\4\2017 a 15\4\2018). Faz uma compilação de obras de alguns artistas portugueses do seculo XIX , sendo eles José Malhos , Artur Loureiro , António Ramalho , Francisco Metrass , Silva Porto , Marques de Oliveira , Cristiano Silva , Alfredo de Andrade , Miguel Ângelo , António carneiro , Henrique Pousão , Columbano bordalo pinheiro , Aurélia de sousa , Francisco dos Santos e Seloso Salgado.
São expostas várias obras que evidenciam a relação entre estas e obras literárias portuguesas do mesmo seculo como de Ramalho Ortigão e Cesário Verde, tendo um conjunto de esculturas e pinturas.
As pinturas variam entre retratos e paisagens, consideradas arte moderna de uma geração romântica, sendo todas feitas a óleo sobre tela ou madeira.
Numa apreciação geral todas a obras são interessantes não só na temática como na forma como é utilizado o óleo , embora semelhante entre os artistas , é possivel reconher estilos difentes entre estes. A ligação entre as pinturas e excertos de obras literarias portuguesas da uma melhor interpretação e contexto. 
   José Malhos
                                                                      Retrato de António Novais (1901)
                                                                      Óleo sobre tela
Existem fortes contrastes entre claro escuro sendo destacada a cara retratada, sendo predominante preto , verde e castanho fortemente escuro . A caracterização da figura é realista, sendo refletido nas proporções e textura. Uma composição subtil e expressiva.

Veloso Salgado
                                                                   No Cemitério (1890)
                                                                   Óleo sobre tela
É destacada em primeiro plano a figura de uma mulher grávida , vestida de preto e de cabelo tapado olhando para um enterro , em segundo estende-se um cemitério com varias sepulturas , outra figura feminina e em terceiro um vasto campo . Existe um contraste no claro escuro sendo feita um transição muito subtil entre planos , em que com a noção de distancia o pormenor desaparece mas sendo ao mesmo tempo realista. Pormenores como a expressão de tristeza no rosto da viúva , as flores em cima do enterro e saliência da barriga dando a noção da gravidez , torna este quadro muito forte na transição de infelicidade , agonia , e solidão , mas ao mesmo tempo aceitação.
  Francisco Metrass
                                                                                          Só Deus!
                                                                                          Óleo sobre tela
Duas figuras, uma mulher a segurar uma criança , caem por uma cascata em primeiro plano , em que a mulher procura se segurar a uma arvore cortada. No fundo é possível distinguir água a circular num rio e várias montanhas desfocadas por nevoeiro. O titulo “Só Deus!” encaixa-se na obra, sendo só Deus a poder salvar as duas figuras. Pelos pormenores da expressão da criança, é transmitida a sensação de pânico, e pela postura da mulher de desespero e fadiga. O efeito da água a  abaixo é simples, conseguida com pinceladas curvas a óleo branco , dando maior destaque as figuras e aos outros elementos naturais no primeiro plano.

Artur Loureiro
                                                                                                  Paisagem
                                                                                                 Óleo sobre madeira

Nesta paisagem existe um forte sentido de claridade e de longitude, sendo retratada a vida no campo. Tecnicamente pouco pormenorizada e com uma palete variada entre tons de azul, castanho, amarelo e verde , e com um fácil reconhecimento de todos os elementos .