A minha recensão
é baseada na exposição “ A Sedução da Modernidade” que se encontra no Museu
Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (27\4\2017 a 15\4\2018). Faz uma compilação de obras de alguns artistas
portugueses do seculo XIX , sendo eles José Malhos , Artur Loureiro , António
Ramalho , Francisco Metrass , Silva Porto , Marques de Oliveira , Cristiano
Silva , Alfredo de Andrade , Miguel Ângelo , António carneiro , Henrique Pousão
, Columbano bordalo pinheiro , Aurélia de sousa , Francisco dos Santos e Seloso
Salgado.
São expostas
várias obras que evidenciam a relação entre estas e obras literárias portuguesas
do mesmo seculo como de Ramalho Ortigão e Cesário Verde, tendo um conjunto de
esculturas e pinturas.
As pinturas
variam entre retratos e paisagens, consideradas arte moderna de uma geração
romântica, sendo todas feitas a óleo sobre tela ou madeira.
Numa apreciação geral
todas a obras são interessantes não só na temática como na forma como é utilizado o óleo , embora semelhante entre os artistas , é possivel reconher estilos difentes entre estes. A ligação entre as pinturas e excertos de obras literarias portuguesas da uma melhor interpretação e contexto.
Retrato de António Novais (1901)
Óleo sobre tela
Existem fortes
contrastes entre claro escuro sendo destacada a cara retratada, sendo
predominante preto , verde e castanho fortemente escuro . A caracterização da
figura é realista, sendo refletido nas proporções e textura. Uma composição subtil e expressiva.
No Cemitério (1890)
Óleo sobre tela
É destacada em
primeiro plano a figura de uma mulher grávida , vestida de preto e de cabelo
tapado olhando para um enterro , em segundo estende-se um cemitério com varias
sepulturas , outra figura feminina e em terceiro um vasto campo . Existe um
contraste no claro escuro sendo feita um transição muito subtil entre planos ,
em que com a noção de distancia o pormenor desaparece mas sendo ao mesmo tempo
realista. Pormenores como a expressão de tristeza no rosto da viúva , as flores
em cima do enterro e saliência da barriga dando a noção da gravidez , torna
este quadro muito forte na transição de infelicidade , agonia , e solidão , mas
ao mesmo tempo aceitação.
Só Deus!
Óleo
sobre tela
Duas figuras, uma
mulher a segurar uma criança , caem por uma cascata em primeiro plano , em que
a mulher procura se segurar a uma arvore cortada. No fundo é possível
distinguir água a circular num rio e várias montanhas desfocadas por nevoeiro. O
titulo “Só Deus!” encaixa-se na obra, sendo só Deus a poder salvar as duas
figuras. Pelos pormenores da expressão da criança, é transmitida a sensação de pânico,
e pela postura da mulher de desespero e fadiga. O efeito da água a abaixo é simples, conseguida com pinceladas curvas a óleo branco ,
dando maior destaque as figuras e aos outros elementos naturais no primeiro
plano.
Paisagem
Óleo sobre madeira
Nesta paisagem
existe um forte sentido de claridade e de longitude, sendo retratada a vida no campo.
Tecnicamente pouco pormenorizada e com uma palete variada entre tons de azul, castanho,
amarelo e verde , e com um fácil reconhecimento de todos os elementos .