“Manifesto” é um filme de 2015 que teve a sua “première” mundial no festival Sundance de 2017, realizado por Julian Rosefeldt, consiste numa compilação de vários excertos de manifestos provenientes de múltiplos movimentos artísticos dramatizados maravilhosamente pela atriz Cate Blanchett. Cada corrente artística tem a sua própria “colagem” de excertos de manifestos materializados por 13 personagens, entre elas uma pivô de um telejornal e uma repórter (representando o movimento minimalista e arte conceptual), uma mãe conservadora a recitar excertos de Pop-Art com a sua família como oração pré-refeição, e uma marionetista a declamar surrealismos em conjunto com uma marioneta igual a si.Os visuais não ficam atrás destes textos icónicos, pois os cenários do filme servem para realçar ainda mais a corrente artística referida, tais como as salas mirabolantes que a Cientista encontra enquanto declama manifestos do suprematismo e construtivismo, e os fatos vibrantes com temas estelares das bailarinas que a extravagante coreógrafa orientava, a ensaiarem ao som de textos de Fluxus, performance artística e Neo-Dadaísmo.O filme serve tanto de demonstração de habilidade de metamorfose da atriz Cate Blanchett como para transmitir a questão do papel do artista no mundo contemporâneo. Afinal, onde se encontra o nosso manifesto contemporâneo supremo?
