Dirigido e escrito por Jim Jarmusch, “Paterson”
é um drama cinematográfico franco-alemão-estadunidense, que teve a sua primeira
aparição no festival de Cannes de 2016. O seu elenco é constituído por Adam Driver,
Golshifteh Farahani, Cliff Smith, entre outros.
O filme resume-se, basicamente, a uma cidade,
à rotina de um homem e a um poema. O protagonista “ Paterson” é motorista de um
autocarro, tem uma namorada viciada nas cores preto e branco, tem um cão
chamado Marvin, que passeia todos os dias à mesma hora, e possui um caderno,
que leva para todo o lado, onde escreve poesia. A temática dos poemas são
recolhas que faz de aspetos insignificantes do seu dia-a-dia, retratam a sua
sossegada e rotineira existência na cidade Paterson, em New Jersey, assim como
a sua visão contemplativa dos seus dias. A rotina de Paterson não só é
evidenciada no decorrer do filme como também na repetição dos versos que
escreve e que só mostra à sua namorada, Laura. Jarmusch pretende homenagear o
poeta William Carlos Williams, que nunca saiu da cidade Paterson, e, tal como o
protagonista, fez do quotidiano algo incessante, possibilitando-lhe levar a
cabo as suas investigações.
O quotidiano banal e repetitivo que observamos
no filme, mostra-nos que tudo o que acontece no nosso dia é motivo de
valorização e apreciação porque nos ensina a observar a beleza das pequenas
coisas que, muitas vezes, nos passa despercebida. É como quando passamos muitas
vezes no mesmo sítio e acabamos por nos abstrair do que nos rodeia, achando que
já o conhecemos como a palma das nossas mãos, no entanto, há sempre pormenores
e pequenas coisas que ainda não conhecemos.
Para além da poesia escrita, existe uma poesia
visual através dos planos de imagem que focam sempre pormenores que nos
transmitem uma certa melancolia e nostalgia. No fundo, o filme mostra,
sobretudo, que viver uma rotina não é algo assim tão mau porque há inúmeras
coisas a descobrir, porque podemos sempre escolher o modo como olhamos para o que
nos rodeia e porque, principalmente, permite-nos observar e não apenas ver.
“When you’re a child you learn
there are three dimensions:
height, width, and depth.
Like a shoebox.
Then later you hear there’s a fourth dimension:
time.
Hmm.
Then some say there can be five, six, seven…
I knock off work,
have a beer at the bar.
I look down at the glass
and feel glad.”
there are three dimensions:
height, width, and depth.
Like a shoebox.
Then later you hear there’s a fourth dimension:
time.
Hmm.
Then some say there can be five, six, seven…
I knock off work,
have a beer at the bar.
I look down at the glass
and feel glad.”